Diz-me que uso fazes das redes sociais, dir-te-ei que mãe ou pai és

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[Fotografia: Pexels]

O uso das redes sociais por parte dos pais pode vincar claramente o tipo de maternidade e paternidade exercida sobre os filhos. Pelo menos, é isto que crê a equipa de investigadores da Universidade da Flórida, que sustenta que quem mais publica nas redes sociais mais permissivo é.

Os autores do estudo explicam que os pais experientes em media sociais têm, geralmente, estilos parentais mais permissivos e confiantes, permitindo que seus filhos interajam mais cedo, na idade, nas mesmas plataformas. Os que publicam imagens dos filhos têm um estilo parental mais amistoso, empático e menos autoritário, ainda que esta decisão possa acarretar sérias preocupações de privacidade e segurança.

“Quisemos​​ analisar o que os pais consideram privado quando se trata de partilhar informações online de crianças pequenas e os riscos que daí decorrem”, explica a coinvestigadora Mary Jean Amon, professora assistente na Escola de Modelagem, Simulação e Treino da referida universidade.

No comunicado emitido pela estrutura educativa a pesquisadora fala em “surpresa”. “Ao contrário de pesquisas anteriores que destacam os benefícios significativos da partilha parental nas redes, o nosso estudo revela que esse gesto de publicação de fotos de crianças está associado a estilos parentais permissivos. Isso significa que a partilha dos pais está ligado aos pais que têm relacionamentos mais amigos dos seus filhos e oferecem menos orientação do que outros pais. De notar que a paternidade permissiva tem sido associada ao uso problemático da internet entre as crianças”, vinca a co-autora do estudo. Um comportamento que, alerta Amon, convoca mais cedo as crianças para as redes sociais.

O estudo concluiu que a maioria dos pais inquiridos ​​se sentia à vontade em publicar fotos dos filhos ou vê-las repartilhadas por outros. A maioria dos pais considera que a criança iria gostar das imagens publicadas em vez de ficar envergonhada por elas”, refere.

As plataformas de social media têm uma idade mínima para o uso – os 13 anos de idade -, mas sem um sistema de verificação não é raro ver crianças – algumas muito jovens com seu próprio canal no YouTube ou contas no TikTok. Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde do Hospital Infantil C.S. Mott de 2021, cerca de um terço dos pais com filhos de sete a nove anos relataram que seus filhos usavam redes sociais em telemóveis ou tablets por meio de telefones ou tablets.