Doenças cardiovasculares em mulheres alvo de negligência

coração
[Fotografia: DS stories/ Pexels]

Em França a taxa de mulheres que morrem na sequência de doenças cardiovasculares é seis vezes superior à taxa de mortalidade por cancro de mama. Em suma, 55% dos ataques cardíacos são fatais em mulheres contra os 43% nos homens.

No entanto, apesar destes números, as doenças cardiovasculares nas mulheres ainda continuam a ser pouco levadas a sério e as consequências são inevitáveis. As mulheres têm mais fatores de risco e, mediante um estilo de vida melhorado e uma triagem adequada, oito em cada dez acidentes cardiovasculares poderiam ser evitados.

Apesar de muitas vezes associaram as dores no peito e os batimentos cardíacos acelerados de uma mulher a um ataque de ansiedade, a verdade é que pode ser efetivamente uma condição muito mais grave.

Em consequência desta ideia preconcebida, muitas vezes as mulheres com estes sintomas acabam por não ser encaminhadas para médicos cardiologistas se tiverem menos de 40 anos.

Para evitar esse problema, têm sido realizadas campanhas de conscientização, tanto direcionadas para profissionais de saúde como para as mulheres, no sentido de realizarem exames e uma consulta em cardiologia antes dos 40 anos e para adotarem um estilo de vida mais adequado.

Esta problemática acontece devido ao facto de o coração das mulheres ser diferente do dos homens, ou seja, as suas artérias são mais finas, o que torna as operações mais delicadas. Os sinais de alerta também diferem: há falta de ar, dor no peito menos intensa, ganho de peso repentino e dor num ponto especifico das costas.

Estas doenças estão diretamente relacionadas com o estilo de vida sedentário, o excesso da carga de trabalho mental e o stress.

Outro facto preocupante é que cada vez mais mulheres jovens estão a sofrer com estas patologias. Ou seja, 10% da taxa de mortalidade diz respeito a mulheres entre os 25 e 44 anos. Enfarte do miocárdio, acidentes vasculares e hipertensão estão em ascensão.

Outro facto relevante é que as pesquisas científicas realizadas em humanos e animais incidem, essencialmente, no género masculino, logo a medicação é inadequada para mulheres, já que as suas alterações hormonais precisam de ser vigiadas.