Nem todas as celebridades vestiram Lagerfeld, mas a homenagem ao criador foi evidente em todos os detalhes na mais icónica festa anual da moda: a MET Gala. Uma festa muito tingida a branco, negros e prata, feita de vestidos de antigas coleções, mas também de ousadia e criação
Era uma das dúvidas mais colocadas sobre a festa da moda do ano, a MET Gala: Afinal, quem homenagearia Karl Lagerfeld e a sua gata Choupette – também ela herdeira de uma parte da fortuna do designer que morreu a 19 de fevereiro de 2019, aos 85 anos?
E se as apostas se dividiam entre Kim Kardashian – que acabou por escolher Schiaparelli – e Doja Cat, venceu a segunda, que pisou a exclusiva e restrita passadeira do Metropolitam Museum of Art na noite de segunda-feira, 1 de maio, com uma maquilhagem a reproduzir os traços felinos e num vestido branco com pequenas orelhas no capuz.
Uma noite que se vestiu, na sua maioria, com peças de assinatura de Karl Lagerfeld e que ficou evidente logo com as anfitriãs especialmente convidadas para o evento: Dua Lipa, que elegeu um vestido de noiva branco com corpete da Chanel de 1992, e Penelope Cruz.
A modelo Naomi Campbell escolheu um vestido da coleção de alta costura da primavera/Verão de 2010, a manequim recém-divorciada Gisele Bundchen, que escolheu um vestido da autoria do designer que ela própria usou num ensaio fotográfico para a Harper’s Bazaar, em 2007.
Numa noite marcada pelos looks vintage e pelos corpos que ainda cabem nos vestidos, Nicole Kidman escolheu um vestido em cascata até o chão e em penas – que ela usou pela primeira vez num anúncio do icónico perfume nº 5 da Chanel e há quase 20 anos. “Estou tão feliz por ainda o poder usar”, afirmou à imprensa no tapete vermelho.
A atriz Olivia Wilde abriu outro ficheiro ao usar um vestido “violino” de Chloe desenhado por Lagerfeld na década de 1980.
De entre as surpresas, destaque para Jessica Chastain que surgiu, irreconhecível, com os longos cabelos louros e óculos escuros, uma imagem que lembra o criador.
A MET gala de 2023 evoca a vida e legado do criador e dá início a uma exposição sobre a obra do designer.Karl Lagerfeld: A Line of Beauty homenageia as décadas de trabalho na indústria à frente de marcas como Chanel, Fendi, Chloe e sua própria linha.
Designer incontestado, foi também protagonista de polémicas. “Ninguém quer ver mulheres com curvas”, afirmou em 2009, na revista alemã Focus, gerando a controvérsia mundial. Anos depois, desconsiderou as revelações de assédio sexual na moda e feitas ao abrigo do movimento #MeToo e #TimesUp.
Porém, a mostra agora aberta ao público estará mais concentrada no trabalho deixado pelo criador do que pelas suas opiniões. “A exposição está focado em Karl, o designer, nos seus trabalhos e não nas suas palavras”, disse o curador-chefe do Costume Institute, Andrew Bolton. “Não incluímos nenhum de seus comentários mais controversos ou ofensivos”, acrescentou, citado pela agência AFP.