
“Pensei que era uma despedida, uma amarga despedida, fiquei confusa, perdida mas percebi que afinal tinha acabado de sobreviver a algo muito forte”, descreve Dolores Aveiro. Fala mesmo do momento em que sentiu a vida “quase a fugir de entre os dedos”.
Esta é uma das emotivas frases do testemunho da mãe de Cristiano Ronaldo, com 66 anos, agora que evoca um ano depois do Acidente Vascular Cerebral (AVC) que teve em março do ano passado. Um testemunho longo, sentido e no qual a matriarca desfia todas as lutas que travou neste período, a longa recuperação, “os dias lentos” em tempo de confinamento e de visitas limitadas.
Um texto no qual mostra um momento em que procura recuperar o andar, após o AVC que sofreu. Um longo processo no qual ainda trabalha arduamente.
E revela mais: “consegui voltar a falar sem embrulhar a língua, consegui movimentar o meu lado esquerdo que tinha ficado parado, consegui, passadas três semanas de luta, ir para a minha casa, ter todos os meus filhos e netos de braços abertos à minha espera.” “Renasci naquele dia, consegui fazer tudo o que a (mãe) faz pelos filhos e voltei a ser eu…aquela que eles tanto queriam”, desabafa.
“Nunca falei abertamente sobre o que aconteceu. Na verdade, só porque recuperei a quase 100% as pessoas acham que nada aconteceu ou que foi pequeno o susto que eu dei aos meus filhos e a quem me ama”, explica. Porém, fá-lo nesta fase, não para se vitimar, mas para abordas a história de superação.