Dor e raiva. Máscara gera “ruído comunicacional emocional”

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[Fotografia: Anna Shvets/Pexels]

A máscara provoca maior perceção da dor e da raiva por parte do cérebro, que fica mais alerta na procura dos padrões faciais devido à parte inferior da face estar tapada, revela um estudo do Laboratório de Expressão Facial da Emoção (FEELab), da Universidade Fernando Pessoa (UFP)

“A máscara origina ruído comunicacional emocional, porém funciona como motivo para que o cérebro fique mais em alerta na procura dos padrões faciais”, refere o estudo científico A Face das Emoções na Pandemia, desenvolvido pelo investigador João Alves, sob a orientação do professor doutor Freitas-Magalhães e diretor do FEELab. Segundo a pesquisa, o cérebro fica mais instintivo na identificação da dor e da raiva.

“O cérebro facial procura mapear todos os vestígios que permitam identificar com rigor as emoções associadas. Como a máscara é um obstáculo, na parte inferior da face, o cérebro procura e intensifica os marcadores da face superior”, afirma o diretor do FEELab, citado no comunicado.

Freitas-Magalhães explica que tal comportamento “é ancestral e evolutivo, particularmente ao reforço instintivo de mapeamento da dor e da raiva no processo seletivo de sobrevivência”.

“Estes resultados confirmam o primado da conduta instintiva do cérebro quando em jogo está a sobrevivência humana”, conclui o diretor do Laboratório de Expressão Facial da Emoção.

Lusa