“Dormir bem também nos protege contra vírus”, diz especialista

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[Fotografia: DR]

“Dormir bem protege-nos, também, contra vírus, Covid-19 inclusive, pois influencia o sistema imunitário”, alega Joaquim Moita. O presidente da Associação Portuguesa do Sono (APS) explicou isto mesmo no âmbito do evento que decorreu na quarta-feira, 11 de março, e no âmbito do Dia Mundial do Sono, que se assinala esta sexta-feira, 13.

O responsável sublinha e lamenta que, “nos Estados Unidos da América, a principal causa dos acidentes rodoviários é o sono. Em Portugal, ainda não há este alerta de ‘se não dormir, não conduza'”.

Segundo Moita, os portugueses parecem reconhecer que a apneia do sono é um problema, não fosse este um dos males mais comuns, que se destaca entre as mais de uma centena de doenças de sono que hoje se conhecem.

Um recente estudo americano, publicado na editora científica online SciELO, aponta que 1/3 das enfermeiras, que trabalham por turnos, têm problemas de sono. Um mal que “pode explicar os atuais problemas de fertilidade, mas também risco acrescido de alguns tipos de cancro, nomeadamente da mama”, alertar o presidente daquela entidade.

Um recente questionário desenvolvido a nível nacional – com números avançados por Moita – aponta que quase metade, 46%, dos portugueses com idade igual ou superior a 25 anos dormem menos de 6 horas por dia, dois em cada dez (21%) dizem que demoram mais de 30 minutos para adormecer.

O mesmo relatório indica que cerca de 1/3 dos inquiridos (32%) consideram ter um mau sono e quase metade, 40%, reporta dificuldade em manter-se acordado durante a condução e outras atividades diárias.

Dormir emagrece e há mais 9 razões para ter sonos descansados

Em suma, “há uma falta de respeito pelo sono”, resumiu o presidente da APP no evento organizado por aquela associação em parceira com a Philips, que anunciou esta semana que irá lançar no verão um dispositivo portátil de monitorização da apneia do sono, o Dreamstation Go.

Juntos, empresa e associação, querem agora levar mais longe a mensagem de que o sono é essencial a qualquer estilo de vida que se queira saudável.

Contudo, dormir bem ainda é uma ideia menosprezada e é preciso consciencializar para a sua importância. A boa notícia, segundo Paula Pinto, membro da APS, é que “todas estas doenças têm tratamento”.

“Dizer que não temos tempo para nada é o principal mal que nos transforma numa sociedade de 24/7! Não dormir bem por uma semana é o mesmo que não dormir, de todo, por dois dias. Consequências? Trabalhamos mal, temos problemas com a família, ficamos irritados…”. Para alterar esta realidade, resta adotar melhores hábitos de sono: “Há tratamentos, mas os hábitos de sono têm de partir de nós. E hoje é o dia D para mudar!”, diz Paula Pinto.

Tais hábitos não podiam ser mais simples. Para começar, ter uma rotina de sono. “É essencial, mesmo ao fim de semana, nem que para isso tenha de se usar despertador”, aconselha Joaquim Mota, que aponta esta como uma das 9 dicas para se dormir melhor.

Medidas bastantes simples mas que, garante a APS, são essenciais à produção de um sono de qualidade e que devem por isso ser adotadas o quanto antes.

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[Infografia: PhillIps]