Duas mulheres para Secretária-Geral da ONU

European Union Foreign Policy Chief Mogherini greets Croatia's Minister of Foreign Affairs Pusic during the informal European Union Ministers of Foreign Affairs meeting in Riga
Vesna Pusic encontra-se em Riga com Federica Mogherini. REUTERS/Ints Kalnins

No final de 2016, Ban Ki Moon vai deixar o cargo de Secretário-Geral das Nações Unidas. A corrida para o cargo já começou e há duas candidatas, que partem da mesma campanha: a que quer eleger uma mulher para o lugar mais importante da organização internacional.
A WomanSG tomou corpo e forma na primavera de 2015. É uma organização de lobby, dentro das Nações Unidas, que tem como mote a frase:

“Já tivemos 8 homens como secretários-gerais e a 9ª deve ser uma mulher.”

Depois de ter reunido um conjunto de nomes de possíveis candidatas, que inclui Christine Lagarde, Angela Merkel ou Michelle Bachelet, entre outras – perfis que têm em comum a liderança de países ou instituições internacionais e capacidade diplomática – as mulheres apoiadas na reta final pela WomanSG foram escolhidas também de acordo com o critério geográfico: são ambas do grupo de países da Europa de Leste, que está também nunca teve um representante na liderança da organização.

Irina Bokova é atualmente a diretora-geral da UNESCO, nasceu na Bulgária há 64 anos e tem uma longa carreira diplomática e política. Educação de qualidade, cooperação científica e liberdade de expressão são algumas das suas causas.

Diretora-Geral da UNESCO, Irina Bokova visita o Museu Nacional do Iraque.  REUTERS/Thaier Al-Sudani
Diretora-Geral da UNESCO, Irina Bokova visita o Museu Nacional do Iraque. REUTERS/Thaier Al-Sudani

Vesna Pusic, de 63 anos, acumula as pastas de Vice-Primeira-Ministra e Ministra dos Negócios estrangeiros da Croácia. É conhecida pelas suas posições a favor da igualdade de género e dos direitos LGBT.

Vesna Pusic passa pela  guarda de honra antes do encontro do UN World Summit Meeting on Women and Power.  REUTERS/Ivan Alvarado
Vesna Pusic passa pela guarda de honra antes do encontro do UN World Summit Meeting on Women and Power. REUTERS/Ivan Alvarado

 

Uma questão de influência
A missão que a WomanSG (mulher Secretária-Geral) tomou para si é tornar mais próximos da população mundial os seus representantes. Mais de metade da população mundial é composta por mulheres, as mulheres são historicamente mais afetadas pela pobreza e pelos conflitos. Paralelamente, projetos de melhoria das condições de vida das mulheres têm tido impactos positivos nos indicadores de desenvolvimento das populações afetadas por tais programas (levados a cabo pela UNICEF, pela UNWomen, etc). Está na hora, segundo da WomanSG de ter uma mulher num cargo capaz de influenciar decisões de paz e de guerra e de apoio às populações em estado de carência, de acordo com um perfil mais feminino.
WomanSG defende que ter uma mulher como Secretária-Geral das Nações Unidas dará mais força às mulheres em todo o mundo e será um símbolo influenciador do potencial feminino. As mulheres serão inspiradas pela mulher que for eleita e chegarão mais longe.