Dulceida, a influenciadora espanhola que até tem um festival de música

Aida Domenech, mais conhecida como Dulceida, tem 2,3 milhões de seguidores no Instagram e quase 2 milhões de subscritores no seu canal de Youtube. A espanhola é, aos 28 anos, uma das caras mais conhecidas da blogosfera espanhola e a mais recente embaixadora da Pantene naquele país.

Além dos posts nas mais diversas plataformas, Aida é ainda a cara de várias marcas, como a Tezenis, tem a sua própria marca de roupa e organiza um mercado que se chama Dulceweekend, que em tudo se assemelha a um festival com várias atuações de cantores e Dj’s.

Através do seu impacto nas redes sociais, Dulceida tornou-se ainda um ícone LGBT, já que partilha de forma aberta e frontal muitas fotografias e vídeos com a sua mulher Alba Paul Ferrer. O Delas.pt esteve em Madrid com esta influenciadora e ficou a conhecer melhor a sua história.

Dulceida, Madrid. (Photo by Juan Naharro Gimenez for PANTENE )

Como é que se tornou uma influenciadora?

Fui das primeiras em Espanha, em 2008, e foi uma coisa muito progressiva. Comecei com um blogue, em que escrevia todos os dias e recomendava as marcas que de facto gostava. Na altura não era um trabalho, porque não ganhava dinheiro, mas aos poucos começaram a contactar-me. Lembro-me que a primeira coisa que fiz foi com a Santa Eulalia, que é uma loja de luxo em Barcelona, e claro que para mim foi incrível. Depois foi tudo muito progressivo e isso é positivo porque quando as coisas chegam todas de repente não é bom.

Ainda continua a achar este trabalho incrível, ou já não se deslumbra tanto?

Ainda me entusiasmo, claro que mais com umas coisas do que outras. Acho que só assim é possível fazer este trabalho.

Muitas vezes as pessoas acabam por acreditar mais no que as influenciadoras dizem do que naquilo que sai nas revistas e é escrito pelas editoras. Qual é a diferença entre as duas coisas?

Eu pessoalmente acho que são duas coisas que se complementam, absolutamente necessárias. Em primeiro lugar as influenciadoras não vão falar de tudo, só falam daquilo que gostam, enquanto uma revista vai falar de tudo, porque o trabalho de uma revista é informar, independentemente dos gostos pessoais. Por isso as revistas são sobre informação e cultura de moda e beleza, o Instagram é mais a realidade pessoal de alguém que recomenda as suas preferências. Para mim são coisas diferentes e que se devem complementar.

O que significa para si ser escolhida como embaixadora da Pantene?

Para mim é incrível porque desde de pequena que a brincar dizia “tenho um cabelo Pantene”. Gosto sempre de trabalhar com marcas que me são próximas e que já usei antes.

Que importância tem para si o seu cabelo?

Tem muita porque faz parte da minha imagem, tanto como a minha cara, o meu corpo e a minha pele. Por isso gosto muito de o cuidar e tratar bem.

Muda muito de penteado e cor de cabelo?

Não, sou muito simples quando falamos de cabelo. Na verdade, o estilo de que gosto mais é o que tenho agora. Adorava ser loira, mas não fico bem loira.

O melhor que fizemos, foi sem querer, e foi precisamente mostrar a nossa relação tal e qual como é.

Que cuidados tem com o cabelo no verão?

Uso o mesmo no verão e no inverno. A diferença é que no tempo quente uso mais o óleo que é incrível e noto uma grande diferença nas pontas sobretudo quando faço praia porque secam muito e com este óleo ficam reparadas é como um tratamento diário.

A Dulceida casou há dois anos com a Alba. Partilha muitas fotografias com ela com uma grande abertura em relação à vossa relação. Acha que é importante mostrar a vossa relação tão abertamente, sobretudo para a comunidade LGBT?

Acredito que é importante, mas eu não o faço por isso, faço-o porque para mim é natural. O melhor que fizemos, e foi sem querer, foi precisamente mostrar a nossa relação tal e qual como é, como nos apetece, partilharmos as fotografias que queremos… exatamente da mesma forma que faríamos se tivéssemos com outra pessoa. Para mim não há diferença, e sempre encarei a relação dessa forma e por isso é assim que o transmito.

Tendo em conta que é uma mulher homossexual que o expõe abertamente, como é que vê a sua escolha para embaixadora da Pantene, que é uma marca com vários anos e encarada por algumas pessoas como mais tradicional?

Eu nunca penso nisso, quando uma marca confia em mim é algo que nem me ocorre. Quero pensar que o mundo tem a mente aberta e por isso nem faço essa relação.

Hoje em dia conheço muita gente que é gay e tem imagens completamente diferentes umas das outras.

Mas acha que esta escolha pode ajudar o mundo a tornar-se mais “mente aberta”?

Sim, claro. Acho que tudo ajuda a essa transformação, qualquer grão de areia é importante.

A Dulceida não tem a imagem que é normalmente associada às lésbicas, acha que esse estereótipo está a mudar?

Acredito que sim. Hoje em dia conheço muita gente que é gay e tem imagens completamente diferentes umas das outras. Tenho amigas com o cabelo curto e que usam roupas de rapaz, mas também conheço quem seja super feminina.

Também tem uma loja de roupa. Do que é que gosta mais da moda ou da beleza?

Da moda, porque é o que me move, é a minha grande paixão. Mas acho que se complementam, agora se tiver que escolher uma é a moda.

Tem algum truque de beleza que lhe tenha sido ensinado pela sua mãe ou avó?

Não, eu é que as ensino.

Que truque é que lhes ensinou?

À minha mãe ensinei-lhe a pintar os lábios porque pinta-os sempre de uma maneira que os faz mais pequenos do que são a realidade.

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