“É altura de libertarmos o povo francês dos arrogantes”

Marine Le Pen, French National Front political party leader and candidate for French 2017 presidential election celebrates after early results in the first round of 2017 French presidential election in Henin-Baumont
Marine Le Pen, French National Front (FN) political party leader and candidate for French 2017 presidential election celebrates after early results in the first round of 2017 French presidential election in Henin-Baumont, France, April 23, 2017. REUTERS/Pascal Rossignol - RTS13KX2

A líder da extrema-direita ficou em segundo lugar nesta primeira volta às eleições francesas. Numa altura em que ainda estão a ser contados os votos, a diferença de Le Pen face a Macron (23,91%) cifra-se em cerca de um milhão de boletins. Contudo, os já conquistados 21,43% pela Frente Nacional configuram um dos melhores resultados de sempre do partido.

Le Pen, advogada, mãe de três e com 48 anos, fala de “um resultado histórico”, de “um ato de coragem francês” e pede uma luta “contra o herdeiro de François Hollande”, referindo-se a Macron, com quem “o grande debate terá finalmente lugar”. Uma honra que a frontista diz que desempenhará com “humildade e reconhecimento”.

“É preciso lutar por uma nova política, outro rosto no poder, a buscar a renovação que vocês aspiram, não será com os herdeiros da catástrofe, com os herdeiros de Hollande. É altura de libertarmos o povo francês dos arrogantes, todo, sem esquecer os patriotas do Ultramar”, declarou no discurso da vitória deste domingo 23 de abril.

A frontista surgiu agora vestida de forma menos escura do que quando tinha ido votar de manhã. O preto deu lugar ao branco e o casaco clássico azul-escuro era agora um outro no mesmo tom, mas menos austero.


A cartada feminista de Le Pen


Agora e até 7 de maio, é tempo de disputar eleitorado com este candidato, que tem recebido os apoios de todos os outros derrotados, da esquerda, mas também à direita.

Marine sabe e espera isso, e subiu ao palco este domingo, 23 de abril, para, reclamando vitória, convocar ainda mais gente para as suas fileiras.


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Numa mensagem transversal para os franceses e francesas, a líder de extrema-direita vem reclamar a sua posição como “candidata do povo”.

E lança um apelo “aos patriotas sinceros, seja quais forem as suas origens, para se juntarem a mim, para sair dos limites fechados, dos ressentimentos porque o que está em causa é o interesse superior do pais”.

Porque – reitera a candidata – “está em causa a sobrevivência da França”, pelo que apelou “à unidade nacional” e ao apoio do seu “projeto de renovação”.

[Imagem de destaque: REUTERS/Pascal Rossignol]