E se as hormonas femininas ajudarem a combater sintomas graves da covid-19?

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[Fotografia: iStock]

As conclusões surgem de um novo estudo da Universidade de Illinois, em Chicago, Estados Unidos da América, que indica que as hormonas femininas podem ter um papel relevante no controlo de sintomatologia grave da covid-19.

Se a pandemia tem reflexos mais pesados em indivíduos que já tenham doenças preexistentes e em pessoas mais velhas, também tem sido indicativo de que os homens parecem apresentar, em média, sintomas mais severos de contágio por SARS-CoV-2 do que as mulheres.

Mediante estes dados, uma equipa da Universidade de Illianois reviu bibliografia neste campo e traz agora alguma luz sobre o que pode estar a acontecer. Para Graziano Pinna, professor de psiquiatria daquela instituição e autor desta revisão académica, “a progesterona e a alopregnanolona podem bloquear a reação exagerada do sistema inflamatório, reprimindo-o e evitando a gravidade da doença”, refere, citado pelo site Medical News Today.

O autor do estudo, publicado na revista científica Trends in Endocrinology & Metabolism, incluiu análises de estrogénio, progesterona e alopregnanolona – um neurosteroide que decorre da progesterona, que por sua vez é também produzida no corpo e no cérebro. Para Pinna, as hormonas sexuais desempenham um papel importante no corpo, com as femininas a ajudar a prevenir, entre outras, doenças cardiovasculares.

As mulheres podem estar mais protegidas do que os homens durante as condições fisiológicas, incluindo a gravidez ou durante o ciclo menstrual, quando a flutuação das hormonas reprodutivas garante uma proteção imunológica mais forte”, lê-se no resumo do estudo que pode ser lido no original aqui.

Refere a análise que, “embora os dados sejam mistos”, há “alguns estudos avaliaram a gravidade dos sintomas de covid-19 no final da gravidez (níveis elevados de hormonas) e após o parto (baixo níveis hormonais)”.

E os resultados obtidos até ao momento podem indicar uma proteção com algum ‘prazo de validade’. ”Estudos observacionais observaram que algumas mulheres grávidas SARS-CoV-2-positivas com sintomas leves ou ausência de covid-19 na admissão ao serviço obstétrico aumentaram a gravidade dos sintomas imediatamente após o parto, em coincidência com a redução hormonal drástica após o nascimento do bebé”, refere o documento.