E se o modo noite do telemóvel for mais nocivo que a luz azul?

luz azul istock
[Fotografia: Istock]

Os resultados são surpreendentes e vêm por em causa certezas que existiam até aqui. A luz azul dos telemóveis e computadores pode não comprometer tanto os padrões de sono como se estimava. Investigadores da Universidade de Manchester dizem mesmo que o modo noite pode ser mais nocivo.

Na análise publicada na revista Current Biology (que pode ler no original aqui), a equipa de pesquisa conclui que o uso de luzes mais fracas e frias à noite – o crepúsculo cumpre estes requisitos – e quentes durante o dia pode ser mais benéfico para a saúde. Os investigadores liderados pelo endocrinologista Timothy Brown referem, com base em testes feita em ratos, que é por aqueles dois recursos que o relógio biológico define a hora para dormir e estar acordado.

A aplicação de filtros de noite promove alterações no brilho que proporcionam cores mais próximas do dia e é no brilho que radica o estímulo, segundo as conclusões apresentadas pelo estudo.

Quando a luz está fraca, a azul foi considerada agora mais repousante do que a amarela. “Durante o dia, a luz que chega até nós é relativamente branca ou amarela e tem um forte efeito no relógio biológico e no crepúsculo. Quando o Sol se põe, mais azul fica a luz”, explica Timothy Brown.

Ora, os telemóveis e os computadores têm fórmulas para reduzir a luz azul por forma a não comprometer o descanso, mas o estudo vem alterar as certezas dessa alegada eficácia. “Prevemos que mudar a cor está a causar exatamente o efeito errado. Está a neutralizar qualquer benefício que se possa obter ao reduzir o brilho do ecrã”, afirma o especialista citado pela estação britânica BBC.

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