Estima-se que a osteoartrite do joelho afete, segundo a Organização Mundial da Saúde, mais de 365 milhões de adultos em todo o mundo e sabe-se também que é uma condição de saúde crónica, degenerativa e progressiva que atinge sobretudo as mulheres. Contudo, pode vir a ser aliviada e pode mesmo ser evitada, no limite, a cirurgia de de substituição da articulação.
Um estudo apresentado na semana passada, na sociedade norte-americana de Radiologia (e que pode ser consultado no original e com mais detalhe aqui), e coordenado pelo radiologista intervencionista do Charité – Hospital Universitário de Berlim, na Alemanha, Florian Nima Fleckenstein, vem indicar que a embolização da artéria genicular (GAE) pode ser uma solução.
Considerada uma terapia minimamente invasiva, a técnica pode vir a ser usada em pacientes com artrite do joelho sintomática. Para tal, o radiologista especialista pode, com recurso a injeções, aplicar pequenas partículas em ramos selecionados das artérias geniculares que correspondam ao local da dor no joelho para bloquear o fluxo sanguíneo nessa área. Ao detalhe, com esta técnica de embolização dos vasos sanguíneos anormais, é possível ajudar a interromper o ciclo de inflamação, destruição da cartilagem e crescimento do nervo sensorial que caracteriza a osteoartrite.
As conclusões desta investigação apresentada a 3 de dezembro à comunidade científica decorrem da análise retrospetiva de 403 casos de utentes, com idades compreendidas entre os 40 e os 90 anos, com diagnósticos de artrite no joelho considerados moderados a graves e que já não respondem a tratamentos mais comuns ou conservadores.
O sucesso da intervenção, medido pela Escala Visual Analógica e o Knee Injury and Osteoarthritis Outcome Score, foi alcançado em 100% dos casos, como reclama a equipa de investigação. De acordo com a mesma análise, foram detetados em 18% dos casos uma leve descoloração temporária da pele e uma leve dor no joelho imediatamente após o procedimento.
