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E se uma pastilha neutralizar a covid-19? E ter sabor a canela?

[Fotografia: Karolina Grabowska/ Pexels]

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Investigadores da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos da América, estão a desenvolver uma pastilha elástica de sabor a canela que, mascada, faz ativar proteínas de origem vegetal que são capazes de diminuir a carga viral da covid-19, o SARS-CoV-2, presente na saliva. Uma solução, que crê a equipa, irá ajudar a reduzir as taxas de transmissão da doença e que não será dispendiosa.

A pesquisa foi divulgada no Molecular Therapy (que pode ser consultado no original aqui) e defende que, ao recorrer a uma solução desta natureza, será mais difícil infetar outras pessoas mediante fala, espirro ou tosse. “O SARS-CoV-2 replica-se nas glândulas salivares e sabemos que quando alguém está infetado e espirra, tosse ou fala, parte desse vírus pode ser expelido e atingir outras pessoas”, afirmou o coordenador do estudo. Henry Daniell, da Escola de Medicina Dentária da referida universidade. Ainda citado pela imprensa internacional, o responsável diz que “esta nova pastilha é capaz de neutralizar o vírus na saliva, reduzindo, de uma forma fácil, a transmissão de doenças”.

A inovação tem sido sujeita a testes preliminares com, garante a equipa, resultados promissores. A equipa multidisciplinar cultivou a ACE2 em plantas, combinou-o com outro composto, um catalisador que permitiria à proteína atravessar com maior eficácia o organismo, fazendo agir o seu princípio.

Uma vez criada a pastilha, foi testada em pacientes com covid-19 que, após recolha de material nasofaríngeo, provou identificar a presença de uma muito menor carga viral, em muitos casos quase indetetável. A equipa quer avançar para ensaio clínico para comprovar esta solução.

Ainda antes da pandemia, Daniell estudava a eficácia da proteína ACE2 como caminho para combater a hipertensão, agindo através da saliva. A chegada da pandemia deu fôlego a esta ideia científica, levando o especialista dentário a apresentar esta proposta ao virologista e pneumologista Ronald Collman, da Universidade de Pensilvânia. Foi solicitado acesso a amostras para testagem. “Esta possibilidade levou a uma colaboração entre escolas e no âmbito dos estudos de microbiomas”, revela agora o virologista.

A abordagem de Henry em fazer as proteínas em plantas e usá-las por via oral é barata, esperançosamente escalável; é realmente inteligente”, explica Collman. “Essa pastilha pode ser usada como uma ferramenta adicional nessa luta”, vinca Daniell.