E se uma ‘sobremesinha’ fizer melhor ao coração do que nenhuma? Estudo aponta possibilidade

Doces e Chocolates de Natal: confeitaria A Colonial,
[Fotografia: Artur Machado /Arquivo]

3Um estudo sueco com cerca de 70 mil participantes trouxe uma boa notícia mesmo tempo da celebração do Natal: e se um docinho não fizer mal à saúde cardiovascular? Bom, mas isto não é licença para exageros muito menos para todo o tipo de açúcares,

Para já, as bebidas açucaradas devem mesmo ser riscadas da dieta porque não fazem mesmo nada bem. Contudo, há um ou outro docinho que, afinal, pode fazer melhor ao coração do que o simples ‘não’. Segundo a ciência, nem todos os açucares são iguais, e um estudo sueco que reuniu quase 70 mil pessoas ao longo de duas décadas veio deixar isso claro mesmo a tempo do Natal.

Publicado no Frontiers in Public Health, a investigação realizada por investigadores da Universidade de Lund concluiu que o contexto em que se consome açúcar importa tanto quanto a quantidade e a tipologia. Uma conclusão intrigante a que se junta o facto de diferentes fontes de açúcar terem efeitos diversificados na saúde do coração. Se o açúcar líquido (bebidas) são perigo à partida, açúcar de mesa, mel e geleias mostraram outro tipo de efeito, mas, claro, a palavra ‘moderação’ é ordem. Os participantes que consumiam entre 5% e 7,5% de calorias diárias de açúcar adicionado mostraram, refere a análise, riscos menores de várias doenças cardiovasculares em comparação com aqueles que consumiam quantidades maiores. E se isto se aplica a bebidas, o que vem ao encontro do que tem sido. defendido, outras conclusões existem que geram perplexidade.

“A descoberta mais impressionante do nosso estudo é a relação divergente entre diferentes fontes de açúcar adicionado e risco de doença cardiovascular”, explicou a pesquisadora principal do estudo Suzanne Janzi, citada em comunicado à imprensa. A investigação (que pode ler no original aqui) concluiu que pessoas que consumiam até duas porções por semana tinham maiores riscos de doenças cardiovasculares em comparação com aquelas que consumiam mais.

Numa matéria tão delicada quanto esta – a ponto da universidade sueca disponibilizar na sua página um conjunto de perguntas e respostas sobre o estudo (disponível em inglês aqui) – , importa referir que os investigadores declararam não existir nenhum conflito de interesses neste estudo, afirmando ter sido financiado pelo Conselho de Pesquisa Sueco, a Fundação do Coração e do Pulmão e a Fundação Albert Påhlsson.24

Ainda assim, são apresentadas limitações possíveis a esta investigação e que destacam o facto de o estudo ter sido de observação e de as respostas terem dependido em absoluto dos 70 mil inquiridos e dos autoreportes que faziam da sua dieta.