É viciada no telemóvel? Vamos lá fazer um detox

O vício de passar horas ao telemóvel e a fobia de passar um dia sem ele já é considerada uma doença, e tem nome: Nomofobia. Sim, é verídico, não estamos a inventar. E a Nomofobia não é para aquelas pessoas que ficam tristes ou ligeiramente irritadas quando a bateria do seu telemóvel acaba, não. É mesmo para aqueles casos extremos onde a pessoa quase fica sem ar.

A pensar neste dilema, a jornalista Catherine Price escreveu um livro com um plano de 30 dias para “recuperar a sua vida” e deixar de ser dependente deste pequeno retângulo eletrónico. Mas desde logo avisa que “o objetivo deste livro não é levá-lo a atirar o seu telemóvel para debaixo de um autocarro”.

E se a dúvida já nasceu na sua cabeça: “Será que sou ou não viciada no meu telemóvel?” então pode sempre fazer o teste «Smartphone Compulsion Test», desenvolvido por David Greenfield e saber o veredito final.

Se a resposta ao teste for afirmativa, ou mesmo que só queria libertar-se um pouco da dependência, venha daí aprender a fazer um detox saudável desta tecnologia que se tornou no nosso DJ, fotografo, secretária e até meteorologista privado.

Livro de Catherine Price

Primeiro passo – tomar consciência do problema

Já Steve Jobs o dizia e é bem certo: o telemóvel é algo realmente diferente de todos os outros aparelhos. E isto dá para os dois lados: os bons e os maus. Mas uma coisa é certa: “os smartphones adotam comportamentos perturbadores que tradicionalmente só víamos em pessoas extremamente maçadoras”, como o estarem sempre a falar connosco através de notificações constantes.

Portanto o primeiro passo, segundo Catherine Price, é ganhar consciência da real dependência que este «bicho brilhante» nos dá.

Segundo passo – Dopar a dopamina

Mas afinal, o que raio quer isto dizer? Quer dizer que os telemóveis, assim como as drogas, são desenhados e pensados de forma a intensificar e manipular a química do nosso cérebro.

A dopamina – entre outras funções – ensina-nos a associar certos comportamentos a recompensas e é responsável por sentirmos coisas como a euforia. Em casos extremos, vem a dependência. Ao identificarmos o problema, é importante arranjarmos mecanismos que nos ajudem a quebrar ou “dopar” a própria dopamina que o nosso telemóvel intensifica.

Terceiro passo: Conhecer o segredo do negócio

Saber precisamente como é que o nosso cérebro produz dopamina e, consequentemente, de que forma é que os programadores desenham os seus produtos para a criarem, é o primeiro passo para tudo. Já ouviu falar que “o segredo é a alma do negócio?” Pois bem, ora aqui está o exemplo perfeito do quanto esse ditado é verídico.

Confira na fotogaleria abaixo nove comportamentos que estão associados à intensificação de dopamina no nosso cérebro.

Quarto passo – Fugir das redes sociais

Escusado será dizer que as redes sociais são, atualmente, quase que o apogeu do problema. O querer ter mais gostos, o expor de uma vida que não é a realidade, o corpo perfeito, o desejo por mais seguidores são só alguns dos problemas que podemos apontar quando pensamos em redes sociais.

E se o vício dos gostos é algo que lhe assiste, pondere instalar aplicações como o «Facebook demetricator» cujo objetivo é dizer apenas “várias pessoas gostam disto” e não um número em específico?

Como recuperar o controlo da nossa vida?

Depois de lhe apresentarmos alguns dos malefícios do excesso do telemóvel, resta responder à pergunta: “Podemos voltar a ter o controlo da nossa vida?”. Sim, podemos.

Uma das propostas da autora é o «Mindfulness», definida como uma forma de ver o mundo mais claramente. Basicamente temos que aprender que aquilo que nos parecem ser “impulsos irresistíveis” não passam de meros convites constantes da nossa mente que podemos recusar a qualquer altura.

Ao longo do texto, a autora vai-nos expondo, passo a passo, como se deve processar a separação com o seu telemóvel. Vá buscar um bloco de notas e confira na galeria de imagens acima o passo a passo para ter de novo o controlo da sua vida, durante 30 dias.

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