Elas dizem que não vão à Casa Branca mesmo que ganhem Mundial de futebol

Primeiro Alex Morgan, depois Megan Rapinoe: a avançada e depois a capitã da seleção de futebol feminino dos Estados Unidos da América. Se a equipa vencer este domingo a final do Mundial de Futebol Feminino frente à campeã europeia em título – a Holanda -, e revalidar a posição de campeã mundial conquistado em 2015, no Canadá, é possível que venha a ser convidada a pisar a Casa Branca, a convite de Donald Trump. E se esta é apenas uma possibilidade, certo mesmo é que elas não deverão comparecer.

A primeira disse-o claramente em entrevista à Time, a 3 de junho e ainda antes de o Mundial arrancar. Declarou que não aceitaria cruzar-se com o chefe de Estado, pelo que, mesmo que Trump as convidasse para comparecerem na Casa Branca, ela faltaria à cerimónia.

Rapinoe, que tem endurecido a sua posição como forma de protesto às políticas que o presidente dos EUA tem tomado, afirmou-o mais recentemente. A capitã, que ficou lesionada no jogo dos quartos-de-final e não jogou na meia-final, recusou-se já a cantar o hino nacional americano e a colocar a mão no peito antes do arranque dos jogos. Uma atitude que provocou a discordância de Trump.

A capitã reagiu declarando que se os Estados Unidos fossem campeões mundiais, a equipa não entraria na Casa Branca. A conta de Twitter de Trump passou a ser, então, o veículo para a resposta: “Megan e a equipa têm de vencer primeiro para depois irem à Casa Branca. Acabem o trabalho”.

Trump não vai a França e manda delegação feminina

A pouco mais de três dias da final do Mundial e que pode levar as atletas dos EUA a levar a taça pela quarta vez, em oito edições do Mundial, Trump anuncia que vai enviar uma comitiva integralmente composta por mulheres.

A liderar o grupo estará a subsecretária do Comércio Karen Dunn Kelley. Com ela, a partir de Lyon estará a embaixadora dos EUA em França, Jamie McCourt, diretora dos Corpos de Paz, Josephine Olsen. Estarão ainda a responsável pelos Serviços de Saúde Seema Verma e a oficial do Departamento de Estado Marie Royce. A antiga jogadora e membro do Conselho para o Desporto, Fitness e Nutrição de Trump, Shauna Rohbock, também irá a Paris assistir à prova, bem como Kelly Loeffler, coproprietária do Atlanta Dream.

Também Obama, ex-presidente dos EUA, não marcou presença na final no Canadá, em 2015, na qual as futebolistas dos EUA ganhavam a terceira taça de campeãs mundiais. Barack enviou uma delegação composta por seis pessoas, liderada por Jill Biden e tendo incluído o vice-presidente Joe Biden, marido daquela.

Na galeria acima recorde alguns dos melhores momentos deste Mundial Feminino de Futebol, que ficou marcado pela luta de igualdade salarial entre atletas femininos e masculinos, pelo crescente interesse e rentabilidade em torno da modalidade, pela quebra de recordes que até agora estavam a apenas nas mãos dos futebolistas e pela quebra de preconceitos: dos beijos em campo e fora dele ao gosto pela maquilhagem em campo.

Imagem de destaque: Benoit Tessier/Reuters

Melhor jogadora de futebol do mundo desiste do mundial para lutar pela igualdade