Decoração faz crescer apartamentos pequenos

Inesperada e elegante, a adição de um segundo nível num apartamento pode ser a solução perfeita para fazer crescer espaços pequenos. Em Turim (Itália) e no Porto, encontramos dois apartamentos cuja identidade se constrói na vertical.

Menos de uma centena de metros quadrados, num espaço que costumava ser uma loja, foi quanto bastou ao ateliê R3Architetti para conceber um estúdio contemporâneo e cheio de personalidade. Localizado em Turim, o projeto foi criado a partir do aproveitamento do espaço na vertical, “imaginando um loft que dá vida a um dúplex”, dizem os arquitetos italianos.

No piso térreo, concentraram-se a área de lazer/trabalho, a cozinha e a casa de banho principal. Já na mezzanine foram instalados o quarto e uma segunda área de trabalho/ estudo. “A multifuncionalidade do loft foi trabalhada com o objetivo de esconder áreas que não são compatíveis com a zona de trabalho, como a cozinha e a casa de banho, utilizando cortinas que delimitam o espaço e permitem uma transição muito rápida de um espaço para o outro”, explicam. Num espaço pequeno, iluminar foi, claro, uma das maiores preocupações. Assim, para além da abertura de duas enormes janelas, optou-se também por pintar as paredes de branco, valorizando a luz natural.

Apartamento na Invicta
Já no Porto, coube à arquiteta Rosa Sobral, da Oporto Rental Management, reabilitar um apartamento num prédio dos anos 1970. O objetivo? Transformar a habitação de 44 metros quadrados num “espaço versátil, preparado para receber hóspedes em arrendamento de curta duração”. Para isso, fez-se “o aproveitamento integral de toda a estrutura, tanto do pavimento como das asnas da cobertura. O chão foi alterado, mantendo o tipo de material original – pavimento em madeira de pinho maciço”. Com uma identidade forte, baseada no respeito pelo passado, a construção da mezzanine, com nove metros quadrados, confere ainda mais charme ao apartamento, sendo, também, uma opção muito funcional: “desde a primeira visita que foi minha intenção dar mais amplitude à casa e fazer o aproveitamento das águas inclinadas da cobertura”, diz a arquiteta. Nesta nova zona, construiu-se um quarto/escritório extra, com uma janela em mansarda com vista para o centro da cidade.

Em baixo, um segundo quarto, uma casa de banho, cozinha e salas completam a lista de divisões. Para a decoração, Rosa Sobral optou por seguir um estilo minimalista e intemporal, capaz de se ajustar aos gostos dos diferentes hóspedes, “com tons claros entre o branco e a cor dos materiais naturais, como é o caso da madeira, e com apontamentos escuros que acentuam os espaços e a divisão dos mesmos”.
Dois espaços distintos, uma mesma solução, num exercício de funcionalidade e estética que redifine os ambientes na vertical.