Elina Fraga perde reeleição para bastonária dos Advogados

Elina Fraga
Elina Fraga, ex-bastonária da Ordem dos Advogados (Fotografia: Orlando Almeida / Global Imagens)

Elina Fraga, a atual bastonária da Ordem dos Advogados, perdeu a eleição para Guilherme Figueiredo, que foi eleito para o cargo, esta terça-feira, na segunda volta das eleições.

De acordo com os resultados publicados na página da Ordem dos Advogados na internet, a lista H, de Guilherme Figueiredo, obteve 9862 votos, contra os 9193 da lista K, liderada por Elina Fraga.

O novo bastonário concorreu a esta segunda volta com o apoio de Jerónimo Martins, um dos candidatos que foi a votos no primeiro ato eleitoral, de 18 de novembro, mas que não passou à segunda volta.

Nessas eleições, Elina Fraga foi a candidata mais votada, com 8.706 votos, enquanto Guilherme Figueiredo conseguiu 7.838 votos.

Ao contrário do que aconteceu em 2014, o candidato mais votado para o triénio 2017-2019 não foi automaticamente eleito, já que os novos estatutos da Ordem dos Advogados obrigam à obtenção de mais de 50% dos votos.

Por esta razão, Elina Fraga e Guilherme Figueiredo, que já tinha defrontado a atual bastonária, quando esta foi escolhida para liderar a Ordem, voltaram a submeter-se a escrutínio, esta terça-feira.

Eleita bastonária em 2013, Elina Fraga, de 46 anos, foi a segunda mulher a exercer o cargo. Antes disso tinha sido vice-presidente da Ordem e vogal do Conselho Geral no mandato de Marinho Pinto, que apoiou a sua candidatura e a quem sucedeu, dando continuidade à linha por este seguida.

A advogada disse que decidiu recandidatar-se para dar continuidade ao trabalho dos últimos dois anos e que em seu entender “reforçaram o prestígio da Ordem para a afirmar na atualidade como uma parceira privilegiada para promover as reformas na justiça”.

Elina Fraga disse ainda que conseguiu, em cooperação com o Ministério da Justiça, “inverter o curso de delapidação do património da advocacia, reforçando, em áreas muito significativas, os atos próprios dos advogados”.

Guilherme Figueiredo, que foi apoiado por vários antigos bastonários, acusava a atual bastonária de, ao longo do mandato ter desprestigiado a instituição e o exercício da advocacia.

O bastonário agora eleito promete o regresso do prestígio à Ordem dos Advogado e propõe, entre outras medidas, “uma alteração total dos estágios no sentido profissionalizante” e criar e coordenar um plano nacional de formação contínua adequado à realidade territorial com coordenação conjunta do Conselho Geral e dos conselhos regionais e ainda uma execução conjunta entre estes conselhos regionais e as delegações.

Guilherme Figueiredo, que exerce advocacia no Porto, defende ainda a criação de um gabinete para a política legislativa que permita uma resposta pronta e adequada às reformas legislativas e que possa propor alterações ao sistema judiciário.

 

Imagem de destaque: Orlando Almeida / Global Imagens