Em fevereiro vamos saber “o que são, o que pensam e o que sentem as mulheres portuguesas”

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O maior estudo sobre a situação da mulher em Portugal será apresentado no próximo dia 12 de fevereiro, em Lisboa, no âmbito da conferência “A mulher, hoje”, promovida pela Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS).

Segundo revelou à Lusa, David Lopes, diretor-geral da fundação este é o “maior estudo feito até hoje sobre a situação da mulher em Portugal”, uma vez que reúne um “conjunto de dados nunca antes conhecidos”.

Trata-se de um inquérito com uma amostra muito alargada sobre o que são, o que pensam e o que sentem as mulheres portuguesas, e tem conclusões “extraordinariamente interessantes”, acrescenta Gonçalo Matias, diretor de estudos da fundação.

A apresentação da investigação será seguida de um debate, com a socióloga Ana Nunes de Almeida e as investigadoras Anália Torres e Teresa Fragoso (presidente da Comissão para a Igualdade de Género – CIG).

A conferência “A mulher, hoje”, que tem lugar na Aula Magna, da Universidade de Lisboa, marca o arranque de um ciclo promovido pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, ao longo do ano. Intitulado “Ao encontro dos portugueses”, este ciclo assinala os dez anos da Fundação Francisco Manuel dos Santos, que pretende marcar com este evento também uma fase de internacionalização, em que os estudos da fundação passem a “ser vistos por uma audiência muito mais vasta”, sublinhou David Lopes.

Por isso, a conferência termina com “um debate internacional”, subordinado ao tema “As mulheres no mundo”. O debate contará com a moderação da jornalista libanesa Ghida Fakhry, que trabalhou vários anos na Al Jazeera e colabora com o Huffington Post, e as intervenções de Samantha Power, ex-embaixadora dos EUA na ONU, durante a administração de Barack Obama, e vencedora de um Pullitzer pelo livro “A Problem from Hell: America and the Age of Genocide”.

O segundo encontro do ciclo acontece no dia 12 de abril, e estará subordinado ao tema “Segurança Social”, tendo também por base um estudo, “A sustentabilidade financeira e social do sistema de pensões português”.

“Ao encontro da ética, valores e política” é o tema do terceiro encontro, a realizar-se no dia 1 de junho, no Pavilhão Carlos Lopes, aproveitando a abertura da Feira do Livro.

Em setembro, e durante dois dias (14 e 15), a conferência “O futuro do planeta”, a decorrer no Oceanário, vai debruçar-se sobre os “malefícios irreparáveis” para o ambiente, se as sociedades não mudarem os seus comportamentos.

O último debate, ainda sem programa fechado, versará o impacto da ciência e da tecnologia na humanidade, numa conferência com o título “Ao encontro da ciência e universo”.

No que diz respeito aos estudos a serem apresentados pela FFMS, além dos dois que vão servir de base aos dois primeiros encontros, está prevista a apresentação de outros nove.

Em abril será apresentado o estudo “V-Dem: Variedades da Democracia no Portugal contemporâneo”, que avaliou quão insatisfeitos estão os portugueses com a democracia que têm.

Segue-se um trabalho sobre as identidades religiosas na Área Metropolitana de Lisboa, a ser apresentado em maio, e, em junho, “A crise nos tribunais”, um estudo que mostra como a crise financeira influenciou os tribunais e como alguns usaram a crise para justificar algumas das suas decisões, especificou Gonçalo Matias.

Em novembro segue-se um outro trabalho, sobre “A geografia e a radiografia da ciência feita em Portugal”, que tentou “perceber o que andam a fazer os cientistas e que retorno têm os recursos dedicados à ciência.

“Títulos de dívida indexados ao PIB na economia portuguesa” é um outro estudo com apresentação marcada para o mesmo mês e procura mostrar o que teria acontecido na economia portuguesa se os governos tivessem contraído uma dívida indexada ao Produto Interno Bruto (PIB) em vez de dívida tradicional.

A encerrar o ano, em dezembro, a FFMS apresenta um projeto, “Datação dos ciclos económicos”, que contará com um comité de peritos “que olhem para a economia portuguesa e avaliem os ciclos económicos”, explicou à Lusa o responsável.

com Lusa

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