Vamos de férias para Guimarães?

1996

Estamos no centro histórico da cidade de Guimarães, um precioso Património Cultural da Humanidade (UNESCO). Em pleno Largo da Oliveira, este edifício imponente – que antes foi Pousada de Portugal e antes disso um lar para cerca de 50 famílias – transparece em cada pedra, em cada pilar, anos de história e tradição. Chegamos e, logo à entrada, é preciso tocar a campainha, o que deixa antever de imediato o ambiente familiar do Hotel Oliveira.

Somos recebidos com um afável sorriso, e na receção é-nos entregue a tradicional chave para o quarto, hoje tantas vezes substituída pelo moderno cartão – diga-se de passagem, tão desprovido de personalidade. À primeira vista, a simplicidade da decoração destaca-se pela elegância. O mobiliário do espaço baseia-se em linhas tradicionais, suaves, com cadeirões oponentes que ocupam majestosamente as divisões e convidam ao descanso. Todos estes pormenores, além do facto de ser uma unidade hoteleira de pequenas dimensões, pretendem proporcionar aos hóspedes do hotel uma experiência mais personalizada e acolhedora.

“Queremos que os nossos hóspedes se sintam aqui como em casa”, afirma Nuno Machado, Diretor Geral do Hotel da Oliveira. A transição de Pousada de Portugal para unidade hoteleira esteve a cargo do Designer de interiores Paulo Lobo. “Tentámos tornar o espaço mais contemporâneo e acolhedor mantendo a traça original, que, aliás, não poderia ser alterada por estarmos precisamente no centro histórico.”

Sentir Guimarães

Guimarães é uma cidade que apela ao turismo sem, no entanto, perder a sua autenticidade. Desde junho de 2013, verão em que o Hotel da Oliveira abriu portas, a cidade tem vindo a colher os frutos do estatuto que adquiriu no ano anterior, “Capital Europeia da Cultura 2012”, e que atraiu atenções por cá e além-fronteiras. Portugueses e estrangeiros têm ficado rendidos aos encantos da localidade histórica, e Nuno Machado nota um volume crescente destes últimos na afluência ao hotel, sobretudo espanhóis.

Não admira, já que por esta cidade há muito que visitar, e o hotel sugere muitas atividades a todos os hóspedes: o Castelo de Guimarães, o Paço dos Duques de Bragança, O Museu Alberto Sampaio, a Plataforma das Artes, a mágica montanha da Penha, além de todo o pitoresco centro histórico, pleno de alma portuguesa. E quando a fome apertar, nada como fazer uma pausa e aproveitar para provar as tortas de Guimarães, o toucinho do céu ou o refrescante vinho verde, quer seja no restaurante HOOL, pertencente à unidade hoteleira, ou num dos muitos outros espaços espalhados pela cidade.

No Hotel da Oliveira existem 20 quartos – 13 quartos standard, 3 suites junior e 4 suites lux. De acordo com o conceito do hotel, “Sentir Guimarães”, em cada um deles pode ser encontrada uma caixa de luz com uma obra artística alusiva aos principais eventos, atividades e personalidades da História, Cultura, Indústria e Religião da Cidade Berço. De chave na mão, entramos no elevador e pressionamos o número 2. Quando se abrem as portas, ao caminhar até ao quarto, a sobriedade dos corredores evidencia-se ao primeiro impacto. A leveza do sossego que paira no ar vem logo depois, pelo aconchegante ambiente intimista. No quarto, espaçoso e decorado nas mesmas linhas elegantes, descansam colchas estrategicamente desalinhadas sobre as imaculadas camas brancas. O soalho, apesar de reluzente, quer fazer lembrar as antigas tábuas de madeira. A casa de banho, em tons neutros e muito ampla, também prima pelo bom gosto.

A biblioteca anónima

Se a disposição pedir uma pausa para um momento de leitura, a pequena mas charmosa e original biblioteca espera-nos junto à receção. Esta é uma biblioteca anónima.

“Os livros estão arrumados desta forma [virados ao contrário, com as lombadas escondidas, de modo que só podemos ver as folhas], alguns até já nem têm a capa, por duas razões: assim o fator surpresa é mantido, ou seja, o hóspede pode escolher um livro à sorte sem saber o que lhe irá calhar. Nós próprios não sabemos o que está por aí! [risos] Já aconteceu termos sido alertados por clientes para o valor monetário de alguns exemplares, ou então clientes que encontraram livros antigos que os remetem para a sua infância, e por vezes até os oferecemos, pelo valor sentimental que têm para o hóspede… Por outro lado, quando estão assim dispostos não são apenas livros, mas instalações artísticas, que fazem parte da decoração da divisão”, explica Nuno Machado.

A biblioteca não é reservada apenas aos hóspedes do Hotel da Oliveira, podendo os restantes turistas ou habitantes locais usufruir do espaço para desfrutar de um momento de leitura enquanto apreciam uma bebida da sua preferência. “É muito habitual termos visitas de vimaranenses. Este é um espaço sossegado e onde apetece estar. Temos inclusive alguma programação cultural ocasional, como concertos, poesia, apresentação de livros, entre outros”, explica-nos o diretor.

Link_SkyrHora de degustar

As refeições são servidas no restaurante HOOL que, tal como a biblioteca, está aberto não só a hóspedes, mas ao restante público. Aqui pode desfrutar de comida mediterrânea com base na tradição portuguesa. “Muitas vezes temos clientes que até estão hospedados noutros hotéis e vêm ao HOOL almoçar ou jantar, e nem se apercebem de que estão no restaurante de um hotel”, conta Nuno Machado. “Isto porque o restaurante tem vida própria, não é o típico restaurante de hotel. Queremos com isto atrair todo o tipo de clientes, locais e estrangeiros.”

No HOOL a carta é sazonal. “Os produtos são da época, apesar de haver certos pratos que se mantêm durante todo o ano, como o cabrito ou o bacalhau com broa, por exemplo, ainda que os possamos apresentar de formas diferentes. Basicamente, a nossa carta assenta na comida tradicional portuguesa e em alguns pratos internacionais. Acima de tudo, queremos oferecer qualidade e requinte. Há que manter o equilíbrio entre o que é o espaço e o que são os nossos clientes. Em termos de preço não diferimos muito do que encontra aqui à volta, mas o serviço tem de estar de acordo com o que é um espaço de 4 estrelas.”

Na manhã seguinte, depois de uma noite de sono retemperador, descemos para o pequeno-almoço, servido também no restaurante HOOL. A frescura dos alimentos é evidente, e o sabor comprova-se. Sumo de fruta natural, pão e croissants estaladiços, ovos mexidos, queijo, fiambre e manteiga, fruta variada, doces caseiros, tudo apetece – haja tempo e espaço no estômago para degustar cada tentação. Se o tempo estiver de feição, também é possível aproveitar a convidativa esplanada com vista para o Largo da Oliveira, combinando o deleite da boca e dos olhos.

De barriga cheia, e a contragosto, bebemos já um pouco à pressa o café expresso que gentilmente nos serviram. Num instante, sem que déssemos por ela, era hora de partir.

Hotel da Oliveira

Rua de Santa Maria,

Largo da Oliveira

4800-443 Guimarães

T. 253 514 157

[email protected]

www.hoteldaoliveira.com

HOOL Restaurante

T. 253 519 390

[email protected]