Em Portugal, 76 por cento das raparigas com 13 anos usa filtros para mudar a aparência

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Fotografia: Instagram Dove

Vão longe os tempos em que editar fotografias era algo exclusivo ao mundo profissional. A manipulação digital tende a crescer e, cada vez mais, aplicada aos mais jovens. “Quanto mais tempo passam nas redes sociais, mais suscetíveis os jovens ficam de experienciar baixa autoestima, tristeza e pouca confiança no seu corpo”, afirmou a Dove.

Os dados são alarmantes e traduzem uma realidade de precária autoestima: três em cada quatro raparigas afirmaram que comparam a sua aparência em fotografias com a de outras pessoas nas redes sociais. Além disso, e segundo pesquisas da empresa, as raparigas “tiram, em média, nove selfies até obterem o visual certo para publicar, e dedicam mais de dez minutos a arranjar-se para o efeito”.

Ainda na realidade portuguesa, duas em cada três raparigas tentam mudar ou esconder alguma parte do corpo, como a cara, o cabelo, a barriga, a pele ou o nariz, antes de publicarem uma fotografia. O objetivo? “corresponderem aos padrões de beleza”.

Os filtros, associados à maioria das redes sociais, são, também, um dos “vilões”. Se no início se ficavam por serem apenas divertidos e destinados ao entretenimento, hoje estão por todo o lado e dedicados a mudar radicalmente a aparência. Simulam maquilhagem, rosto mais fino, olhos maiores e lábios carnudos. Atualmente, publicar uma fotografia sem filtros chega a ser visto como um ato de coragem.

De acordo com a Academia Americana de Cirurgiões Plásticos, a motivação de 55% das pessoas que fizeram rinoplastias em 2017 foi o desejo de ficarem melhor nas selfies. Por outro lado, a bichectomia, procedimento que afina o rosto, teve um aumento de quase 20% só no Brasil, entre jovens de 15 a 25 anos de idade.

Num outro artigo, publicado pela Dove, sabe-se que “duas em cinco meninas gostariam de sentir mais orgulho na sua própria aparência, e 14% utilizam apps de edição de imagem porque não consideram ser boas o suficiente na vida real”.

Na campanha “Selfie Invertida”, foi divulgado um vídeo que espelha o medo dos mais jovens de serem eles mesmos. A pandemia, e o consequente aumento do tempo passado em casa, veio agravar esta realidade.

As raparigas portuguesas, dos dez aos 17 anos, passavam, em média, mais de duas horas por dia nas redes sociais. Com o confinamento, 70% passou a estar mais tempo conectada.

O desejo por uma aparência computadorizada e irreal representa sérios riscos psicológicos. A pensar nisso, a Dove disponibilizou o guia “Crescer com Confiança” destinado a pais e professores.

Além disso, lançou o movimento #SemManipulaçãoDigital para uma imagem corporal positiva nas redes sociais.