Emmanuel Macron é o novo presidente francês

Emmanuel Macron e a mulher Brigitte Trogneux celebrando a vitória
Emmanuel Macron e a mulher Brigitte Trogneux celebrando a vitória (REUTERS/Christian Hartmann)

Emmanuel Macron foi eleito, este domingo, 7 de maio, presidente da França.

O candidato centrista e ex-ministro da Economia do governo de François Hollande venceu com 65,8% dos votos, derrotando Marine Le Pen, líder do partido de extrema- direita Frente Nacional, que conseguiu 34,2%, de acordo com os dados divulgados pelo canal France 24.

Os valores começaram a ser avançados cerca das 20h em França (19h em Lisboa), hora a que fecharam as urnas de voto. Segundo os dados da empresa de sondagens Ipsos-Sopra Steria para vários órgãos franceses, a abstenção ficou nos 25,3%, a maior taxa numa segunda volta em eleições presidenciais desde 1969. É também a primeira vez desde esse ano que a participação na segunda volta é inferior à da primeira.

Nesta segunda ronda eleitoral, a participação ter-se-á situado nos 75,7%, menos três pontos percentuais que na primeira volta, a 23 de abril, em que 77,77% dos eleitores franceses foram às urnas.

Emmanuel Macron, que concorreu às eleições como líder do movimento independente En Marche! (Em Marcha), tem 39 anos é o mais jovem presidente da França.

A sua vitória confirma as projeções que foram saindo na última semana e que o colocaram à frente com 60% das intenções de voto, contra os 40% de Marine Le Pen. Para isso foi decisivo o último debate entre os dois candidatos, onde Macron se saiu melhor, apesar dos ataques da líder da Frente Nacional.

Macron anuncia “nova página”

“Uma nova página da nossa longa história abre-se esta noite. Quero que seja a da esperança e da confiança reencontradas”, afirmou Macron à France Press, assim que forma conhecidos os resultados que lhe deram a vitória.

Já no seu discurso de vitória, o recém-eleito presidente afirmou que defenderá “a França e a Europa”.

Afirmando compreender “a impaciência, a ansiedade e as dúvidas das dos franceses”, Emmanuel Macron prometeu governar para todos reconciliar os franceses divididos.

Uma das primeiras provas será decidir quem será primeiro-ministro. Possíveis nomes foram sendo comentados durante a campanha, ainda que Macron, ao contrário de Le Pen, não se tenha comprometido com um nome. Em entrevista à televisão BFMTV, citada pelo ‘Público’, o vencedor das eleições desta noite admitiu “ter dois cenários na cabeça, um ou dois perfis, uma escolha entre um homem e uma mulher”.

Há fortes hipóteses de ser uma mulher, já que o novo presidente é um defensor da paridade. Christine Lagarde, diretora do FMI, e Laurence Parisot, ex-presidente do MEDEF, a confederação patronal francesa, foram duas hipóteses apontadas, pelos analistas, durante a campanha, mas a escolha poderá recair numa figura menos conhecida, em nome da prometida renovação.


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Marine Le Pen quer transformar Frente Nacional
Na reta final para estas eleições, Marine Le Pen pôs a sua liderança do partido Frente Nacional numa espécie de stand by para se assumir como a candidata de todos os franceses “patriotas” e descontentes com o atual sistema político.

Agora, Le Pen parece querer levar mais longe a estratégia e propor mesmo uma “transformação” do seu partido para “constituir uma nova força política”, anunciou a própria no seu discurso de aceitação da derrota.

A líder da extrema-direita francesa saudou o “resultado histórico” do seu partido, sublinhando que a Frente Nacional é “a primeira força da oposição.

Marine Le Pen prometeu liderar o combate nas eleições legislativas francesas, marcadas para 11 e 18 de junho deste ano.

Imagem de destaque: REUTERS/Christian Hartmann