Ensino Superior tem até 2022 para promover igualdade de género

Num universo cada vez mais dominado pelo sexo feminino no plano dos estudantes e que compõe quase metade dos corpos docentes, certo é que os cargos de topo nas instituições universitárias e politécnicos não refletem essa proporção no que às mulheres diz respeito. Um estudo elaborado pelo ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa em maio último fala mesmo em apenas 13% das entidades de ensino superior portuguesas estarem nas mãos de mulheres.

Ora, é essa a tendência que se pretende inverter, tendo sido estabelecido um horizonte de cerca de quatro anos, até 2022. Um caminho que dever ser feito pelo “reforço de carreiras”, garantindo “50% do corpo docente de carreira, nomeadamente professores catedráticos e associados, nas universidades, e professores coordenadores, nos politécnicos”. As declarações são do ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor.

Estas intenções foram deixadas claras pelo governante na cerimónia de apresentação do Plano para a Igualdade do ISCTE-IUL e da Carta de Princípios para a Igualdade no Ensino Superior, cujos detalhes pode ficar a conhecer na galeria acima.

Para a secretária de Estado, Rosa Monteiro, “não interessa apenas a representação descritiva de mais mulheres em lugares de decisão nas universidades, mas também uma representação substantiva”. A governante pede que “as organizações mudem e se transformem, que promovam mais a conciliação, reconhecendo aquilo que são as especificidades e as dificuldades de vida resultantes das sobrecargas que persistem nas vidas das mulheres e dos homens”.

A adoção destas intenções integram o projeto SAGE [Ação Sistémica para a Igualdade de Género, em tradução literal], um consórcio composto por sete universidades europeias, coordenado pelo Trinity College Dublin – Trinity Center for Gender Equality and Leadership, e financiado pelo programa Horizonte 2020.

Em Portugal, a investigadora Lígia Amâncio, coordenadora do referido projeto pelo ISCTE-IUL, considerou o “momento como fundamental para divulgação dos vários projetos europeus que, em diversas universidades portuguesas, trabalham com semelhante interesse e empenho para tomar medidas que combatam os desequilíbrios de género e promovam o conhecimento sobre género no ensino superior”, lê-se em comunicado enviado às redações.

Imagem de destaque: Shutterstock

Universidade Nova de Lisboa vai analisar desigualdade de género na instituição

E se não houvesse propinas na Faculdade?