Roupas, marcas de renome e mais de 4 milhões de euros em escândalo solidário

O valor é exorbitante e envolve “marcas de renome” que doaram vestuário. A GNR apreendeu 4,25 milhões de euros em roupa que era inicialmente doada a uma Instituição de Solidariedade Social (IPSS) para ser entregue África, mas que a estava a ser vendida em feiras em território nacional.

A revelação foi feita esta terça-feira, 3 de outubro, pelo comando de Lisboa da GNR. De acordo com a entidade, a IPSS de Santa Maria da Feira vinha vendendo em feiras roupa doada. A operação foi conduzida pelo Núcleo de Investigação Criminal de Mafra, que a 4 de setembro apreendeu, nessa cidade e também em Torres Vedras, o equivalente a “200 mil euros em vestuário de marca”.

A GNR encetou, então, novas diligências de investigação, acabando por efetuar a 28 de setembro uma busca aos armazéns da IPSS da Feira que recebera essas peças de roupa por parte de várias “marcas de renome”, a título de doação, para que esse material fosse “enviado para um país da África Ocidental“.

Segundo a GNR, a instituição vinha, no entanto, procedendo “à venda desses artigos em feiras, estando por isso indiciada na prática dos crimes de burla qualificada e fraude fiscal“.

Quanto ao material apreendido no armazém da Feira, incluía 96 mil artigos que alegadamente também viriam a ser convertidos em lucro, em vez de encaminhados para as comunidades africanas que a IPSS se propusera ajudar.

CB com Lusa

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