Espanha: Contra governo de mulheres, liderança feminina na oposição?

A estratégia do Partido Popular (PP) espanhol para fazer oposição ao novo governo dos socialistas do PSOE, liderado por Pedro Sánchez e maioritariamente composto por mulheres, poderá passar por uma liderança feminina.


Veja na galeria, em cima, a composição do novo governo espanhol.


Depois da demissão de Mariano Rajoy do cargo de presidente do PP, duas mulheres surgem na corrida para ocupar o lugar deixado vago pelo ex-chefe do executivo espanhol: Soraya Sáenz de Santamaría, a ex-vice-presidente do anterior governo, e María Dolores de Cospedal, ex-ministra da Defesa do mesmo executivo.

María Dolores de Cospedal, à esquerda, e Soraya Sáenz de Santamaría, à direita. [Fotografia: Wikimedia Commons]
As duas anunciaram, esta terça-feira, 19 de junho a sua intenção de liderar o partido. O anúncio é feito 24 horas antes de terminar o prazo de apresentação das candidaturas para o lugar.

Além de Soraya Sáenz de Santamaría e María Dolores de Cospedal, apresentaram também a sua candidatura o vice-secretário do PP, Pablo Casado, o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, José Manuel García Margallo, o deputado José Ramón García Hernández e o ex-líder da juventude do PP (Novas Gerações), José Luis Bayo.

Mariano Rajoy sublinhou, na semana passada, que não tem “sucessores nem delfins”, nem pensa apontar ninguém que o substitua, para não cometer uma “enorme injustiça”. No entanto, as duas candidatas foram figuras proeminentes no último ano de governação.

Soraya Sáenz de Santamaría ficou responsável pela gestão da Catalunha, depois do mais recente referendo pela independência, cuja constitucionalidade o governo do PP nunca reconheceu, e que levou à passagem do controlo de poderes políticos e administrativo para Madrid, que se seguiu a esse momento.

María Dolores de Cospedal enquanto secretária-geral do partido – a primeira mulher a assumir esse cargo no partido da direita espanhola -teve de lidar com os escândalos de corrupção, entre os quais o do ex-tesoureiro do partido, que, em maio passad,o foi preso para cumprir 33 anos de prisão, facto a que aludiu no discurso de candidatura que fez esta terça-feira. “Dei a cara pelo PP” foi um das frases fortes que proferiu a candidata.

As eleições internas do PP para escolher o novo presidente do partido realizam-se a 5 de julho. E a 20 e 21 do mesmo mês está marcado um congresso extraordinário para eleger a nova direção e confirmar o líder eleito a 5 de julho.

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