Gucci e Antonio Marras são dois dos nomes que marcaram a semana de moda masculina de Milão. Duas coleções repletas de sobreposições e looks marcantes. Duas coleções que se tocam ao relembrarem os nómadas, o folclore, mas sobretudo por transmitirem a ideia de um espírito livre.
A forma como os coordenados são escolhidos tem um papel fundamental nestas coleções, os detalhes como os lenços a tapar a cara e o cabelo em Antonio Marras ou as sobreposições de padrões da Gucci, são detalhes que dão vida às criações. Hoje os desfiles não se limitam a contar histórias, são pensados para envolver o público no espírito que a marca quer transmitir. A roupa tem uma carga simbólica, e o ambiente criado em torno das marcas e dos desfiles, conta uma história, procurando despertar emoção na plateia. Os consumidores de moda, sobretudo de moda de autor, compram não apenas por necessidade mas por identificação.
Bordados, estampados florais, mistura de materiais, são pontos em comum nestas duas coleções que têm ambas algo dos westerns americanos e do artesanato da América latina.
A Gucci mais uma vez viajou até aos anos 70, procurando equilibrar a filosofia e a cultura popular. A coleção mistura padrões florais e geométricos com bordados, alguns de inspiração japonesa. As cores são variadas, mas no geral querem-se garridas. As formas são variadas, não faltando os fatos pijama, capas de pelo, jeans, cardigans, fatos de bom corte e chapéus.
Antonio Marras por seu lado leva-nos até ao Texas através dos filmes do realizador italiano Sergio Leone, também nos anos 70. O percurso faz-se através de muitos lenços, chapéus, badanas, bordados, padrões florais e pelo. As silhuetas são feitas de sobreposições, não faltam vestidos, casacos, camisas, blazers e jardineiras.
Duas coleções distintas que em muito se assemelham, não na forma mas no conteúdo. Apresentadas na semana masculina de moda de Milão, ambas apresentam propostas femininas que podem ser uma antevisão dos desfiles femininos das marcas para o Inverno 2016/2017.
