Estará a pílula a perder popularidade entre as mulheres mais jovens?

A pílula, método contracetivo oral que revolucionou o mundo no século XX, esteve durante anos no topo da lista de preferência das mulheres. Agora, parece estar a existir um ‘divórcio’ entre este método contracetivo e as mulheres mais jovens.
O Delas.pt falou com a Sociedade Portuguesa da Contraceção para tentar perceber como está, atualmente, a relação das adolescentes com os métodos contracetivos existentes no mercado, e a conclusão foi mesmo que a pílula já não só já não é o único, como também não é o método preferido pelas jovens.

A quantidade e variedade de contracetivos atualmente existentes no mercado permitem a cada mulher escolher aquele que melhor se adapta às suas expectativas, modo de vida, receios e preocupações. Só se tem de pedir aconselhamento médico e escolher.

Teresa Bombas, especialista em Ginecologia e Obstetrícia, explica que as adolescentes de hoje em dia já têm procurado outras soluções contracetivas que não a pílula, até porque “a contraceção tem evoluído muito, no sentido de individualizar as escolhas para que sejam mais seguras e eficazes”, sublinha a especialista.

Em 2005, 65% das portuguesas utilizavam este método contracetivo, já em 2015, apenas 58% continuava com esta preferência. Atualmente, explica a médica, as mulheres passaram “a usar a contraceção hormonal combinada sob a forma de anel (utilização mensal, mais efetiva, pois liberta a mulher da toma diária), adesivo (uso semanal) e, também, passaram a usar mais métodos de longa duração como o implante, sistema intrauterino e dispositivo intrauterino”, refere.

A pílula já não é a favorita, mas há avanços na sua composição

“Em Portugal os métodos de contraceção estão disponíveis gratuitamente no âmbito do Serviço Nacional de Saúde e mediante receita médica são comparticipados a 69%”, o que desmente algumas ideias que afirmam que as razões económicas levam a que as mulheres tenham deixado de preferir este método contracetivo.

“A mudança de escolhas contracetivas está relacionada com o surgimento de novas formas de contraceção, o aconselhamento contracetivo realizado pelos profissionais de saúde ser mais individualizado e as mulheres estarem mais motivadas e mais confiantes no uso de outras formas de contraceção para alem da pílula”, explica Teresa Bombas.

Ainda que esteja a existir este ‘divórcio’ entre as mulheres, sobretudo as mais jovens, e este método contracetivo, a verdade é que as várias pílulas existentes no mercado são “cada vez mais seguras e trazem benefícios à qualidade de vida das mulheres“, acrescenta a ginecologista. “As mulheres que tomam a pílula sem esquecimento, sendo saudáveis e que não apresentem efeitos adversos, não têm razão para se alarmar e podem continuar o uso do contracetivo com segurança“.

Vários métodos contracetivos novos, mais opções de escolha

Os contracetivos que existem hoje no mercado permitem escolhas adaptadas e orientadas as várias fases da vida da mulher, garantindo eficácia e segurança, garante a ginecologista. “Jovens saudáveis podem utilizar com segurança todos os métodos de contraceção”, assegura.

“Do ponto de vista médico precisamos de garantir boa adesão à contraceção e continuidade de uso do método escolhido. Sendo assim, pela sua eficácia, a primeira linha de contracetivos para os jovens são os métodos de longa duração. O implante é utilizado desde há muito, pelas jovens. Recentemente o sistema intrauterino de levonorgestrel passou também a ser utilizado”, contou Teresa Bombas.

Na galeria de imagens, acima, estão presentes vários métodos contracetivos existentes, bem como as suas vantagens. Mas é sempre importante procurar aconselhamento médico antes de avançar com qualquer um deles.

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