Empregadas de loja portuguesas revelam o que mais as irrita

Interior of a store selling women's clothes and accessories
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Normalmente usam farda e, comummente, têm um sorriso para cada pergunta que lhes é feita. No entanto, as empregadas de loja também têm limites para a paciência. E mesmo num mundo em que o cliente tem sempre razão, às vezes basta uma pequena atitude para quebrar o gelo ou, pelo contrário, estalar definitivamente o verniz.

Estas sete trabalhadoras revelam, sob anonimato, os – péssimos – hábitos que os clientes mais põem em prática e que as deixam, maioria das vezes, desesperadas.

Confira a lista que o Delas.pt reuniu, em conversa com as empregadas de loja, sobre o que mais as irrita.

Fila: “Quando está uma fila gigante, com mais de 10 pessoas e começas a ver cabecinhas a espreitar de lado, como quem diz ‘despacha-te!’. Para ajudar, há sempre aqueles mais velhos que gostam de meter conversa e que acabam por atrasar ainda mais”, refere uma empregada. Portanto, não empate, por favor!

Telemóvel: “Quer contribuinte? É para oferta? E, do outro lado, está o silêncio. Às vezes os clientes estão na conversa e ignoram-nos completamente”, lamenta uma das funcionárias ouvidas. Tudo isto piora o serviço quando os colaboradores apenas querem atender o cliente com a maior eficácia.

Provadores: “Já praticamente todos sabem que há um limite de peças para levar para os provadores. Porque é que as pessoas insistem em levar mais?”, questiona outra colaboradora. Ora, o que sucede, revela ao Delas.pt, é que as peças a mais acabam ali mesmo, nas cabines: ora caídas, ora desarrumadas. Com cabides e tudo!

Uma coisa de cada vez, por favor: É simples e é, no final, mais rápido. Não vale a pena encavalitar perguntas para ver se o serviço fica feito mais depressa. “Sim, podemos embrulhar. Sim, temos embrulhos. Mas deixe fechar a conta primeiro”, pede uma colaboradora.

Indecisão: “Quando te pedem peças que não estão expostas em loja – e são pelo menos umas cinco, mas, no final, nada fica bem”, desabafa esta colaboradora, que até compreende que esta seja uma das funções. O problema é que, uma vez recusadas as peças, elas têm de voltar ao exato sítio, dobradas no armazém. E por tamanhos e referências.

Educação: Sim, isto já aconteceu. “Não encontrou esta peça porquê? Sou eu que lhe pago o ordenado”. A frase é de um cliente para uma empregada. “É chato porque o cliente tem sempre a razão do lado dele, mesmo quando é mal-educado”, lamenta uma das funcionárias.

Contribuinte: Estamos na hora de fazer o pagamento e o cliente recusa colocar o NIF. “Nós fechamos a conta, mas ele depois diz: ‘“Ah, afinal quero”. Toca a anular ticket e a registar de novo as peças. E assim se perdem, pelo menos, dois minutos. Algo que até nem é bom para com os outros clientes, que desesperam na fila.

Alarmes: Aqui está algo que não é culpa de ninguém, mas aflige toda a gente – trabalhadores e cliente. “Quando o sinal de alarme à entrada da loja é ativado, temos sempre de confrontar o cliente. É constrangedor porque, a maioria das vezes, não houve furto. Tal acontece porque o cliente já trazia uma peça do exterior (alarmes internos das peças não desativados)”, afirma uma funcionária. Mas, atenção, é preciso despistar roubos, que também existem.

Casais: “Quando as mulheres vão escolher roupa com os maridos. “Aqui, é demasiado mau: Eles são quase pior que elas, no entanto, os dois conseguem ser quatro vezes pior”, refere uma das empregadas. E porquê? “É que se eles têm dúvidas, elas colocam ainda mais…”

Ajuda: Quando uma empregada chega e pergunta ao cliente se precisa de ajuda, ele diz que não. No entanto, não para de desarrumar tudo à procura de algo. Geralmente, sabemos que é um tamanho e também sabemos que podíamos ajudar…

A sós ou acompanhado: No provador só pode estar uma pessoa porque, em casos de furto, duas conseguem mais facilmente do que uma. No entanto, nem sempre isto acontece, a lojista tem que fazer o seu papel de “chato” e relembrar as normas.

Trocas e devoluções: “Quando insistem em devolver algo que já foi usado ou que não está em condições para voltar para a loja. É desesperante explicar isto”, refere uma das funcionárias. Em todo o caso, na maioria das vezes as peças são aceites “pelo facto de algumas lojas facilitarem tanto”, acrescenta a mesma responsável, que considera que “a credibilidade da marca é que fica mais afetada”.

Desarrumação: “Quando estamos a dobrar as peças e vemos que um cliente, mesmo ao nosso lado, está a desfazer o lote que tinha acabado de ser arrumado, só pode ser falta de respeito pelo nosso trabalho”, desabafa uma das empregadas. Este cenário só piora quando o tamanho que pretendem é mesmo o último ou quando entram a cinco minutos da loja fechar. E aqui voltamos à estaca zero.

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