A revista Time, que escolheu como Personalidade do Ano de 2017, a campanha contra o assédio sexual #MeToo, antecipa 2018 com quatro personalidades femininas.

As atrizes Storm Reid, Reese Whiterspoon, Oprah Winfrey e Mindy Kaling fazem a capa da revista, que dedica um artigo especial ao novo filme ‘A Wrinkle in Time’, uma adaptação do livro homónimo de Madeleine L’Engle, lançado em 1962.

A história do filme, que tem estreia prevista para 9 de março de 2018, fala sobre uma adolescente, Meg Murry – interpretada pela atriz Storm Reid –, que viaja através de diferentes dimensões para salvar o seu pai, um cientista. Nessa aventura, a jovem vai contar com a preciosa ajuda de um trio de guardiãs, as “Mrs”, representadas por Reese Whiterspoon, Oprah Winfrey e Mindy Kaling.

Além da componente de entretenimento, a história tenta debater sobre o que significa ser um raio de luz, em tempos obscuros, ou, em termos mais práticos e sociais, o que significa pensar pela própria cabeça, muitas vezes contra a norma.

Talvez tenha sido por isso que ‘A Wrinkle in Time’ tenha sido um dos livros americanos frequentemente banidos, como assinala a reportagem da revista. Acusações de ser pouco cristão, por comparar Jesus a Ghandi ou Da Vinci, de promover a bruxaria e o culto das divindades eram alguns dos argumentos usados para proibir o livro que entretanto se tornou num clássico literário.

A adaptação ao cinema também tem um longo percurso e resulta da vontade que uma mulher, a produtora Catherine Hand. Em 1963, com 10 anos, escreveu a Walt Disney a pedir-lhe que realizasse um filme sobre o livro que acabava de ler e que era uma inspiração para o seu imaginário infantojuvenil. Hand, que entretanto se tornou produtora mas nunca desistiu desse sonho, teve de esperar 54 anos para o ver tornar realidade, quando a Disney deu, finalmente, seguimento ao projeto, que promete ser, também ele, um raio de luz numa indústria tantas vezes acusada de misoginia e de pouco diversa.

Um sonho partilhado

‘A Wrinkle in Time’ é o concretizar de um sonho para várias mulheres. Se para a produtora Catherine Hand foi o concretizar de um sonho de infância, para a realizadora Ava DuVernay ele significa o concretizar de uma representação, na realização de filmes, constantemente adiada para uma mulher afro-americana.

Apesar de já ter sido nomeada para o Óscar de Melhor Filme, em 2015, pelo drama ‘Selma’, com a ‘A Winkle in a Time’, Du Vernay torna-se na quarta mulher a dirigir sozinha um projeto cinematográfico orçado em mais de 100 milhões de dólares.

Para a atriz Reese Whiterspoon, uma maior diversidade na direção é também uma maior diversidade na representação. “É simplesmente uma perspetiva diferente, e não se tem isso até começarmos a ter cineastas influentes de diferentes cores e diferentes géneros”.

Apesar de só estrear, nos Estados Unidos, em março do próximo ano, já pode ver aqui o trailer do filme.

a carregar vídeo

 

Imagens: revista Time