O que estas toxinas e metais fazem à sua saúde

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O organismo está exposto, diariamente, a várias toxinas e substâncias químicas que podem causar reações adversas no corpo. Segundo o médico Manuel Pinto Coelho, autor do livro + Vida, +Saúde, +Tempo. Tudo o que precisa de saber para viver de forma saudável, plena e feliz durante mais tempo, da editora Oficina do Livro, a superfície de contacto é permanente: seja nos automóveis, seja pelo contacto com combustíveis, vacinas, tintas, inseticidas, produtos de cosmética ou produtos agroalimentares.

“A exposição ambiental aos metais pesados e às toxinas é uma situação clínica absolutamente preocupante, porque as toxinas causam o chamado stress oxidativo que está na génese de praticamente todas as doenças crónicas degenerativas, explica o médico, no livro recém-editado.

Mesmo que existam órgãos específicos responsáveis pela eliminação das toxinas, este é um processo “muito lento”.

Manuel Pinto Coelho: “O estrago que o alimento pode fazer é superior ao do tabaco”

Manuel Pinto Coelho começa por falar sobre a influência dos pesticidas na saúde, dizendo que “pesticidas, fungicidas e herbicidas todos contêm o sufixo ‘cida’ que exprime a ideia de que mata”.

É verdade que os pesticidas são utilizados para eliminar organismos que afetam negativamente as plantas, mas, pelo meio, acabam também por eliminar organismos bons que são necessários a uma vida saudável.

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“De entre os 30 pesticidas mais frequentemente usados, está provado que 12 estão ligados ao surgimento de cancros da próstata, pulmão, fígado, baço, pâncreas e cólon, assim como ao mieloma múltiplo e leucemia”. Quem o diz é Manuel Pinto Coelho que adverte também para o facto de os pesticidas e os metais pesados estarem igualmente ligados à origem de “alterações genéticas condicionadas pelo estilo de vida e pelo ambiente, que também, aumentam o risco de obesidade e diabetes”.

Entre outros, o médico diz que os pesticidas que mais prejudicam a saúde são os que contêm diclorodifeniltricloroetano – mais conhecido por DDT –, que foi mais utilizado após a Segunda Guerra Mundial, para eliminar os mosquitos do tifo e da malária. O flúor, explica Pinto Coelho, “pode causar hipotiroidismo, redução do quociente de inteligência (QI), disfunção endócrina, hiperatividade com défice de atenção, fadiga crónica, artrite, cancro ósseo, perturbações gastrointestinais e distúrbios romusculares”. Já o ftalato, utilizado para deixar o plástico mais maleável, é usado em produtos de cosmética.

As toxinas que deve evitar

No que diz respeito às toxinas libertadas por metais pesados, estas não constituem um problema grave na maioria das pessoas. Porém, quando estão presentes em grande quantidade no corpo, “podem causar toxicidade aguda ou crónica, afetar o funcionamento do sistema nervoso central, diminuir o níveis de energia e entrar na composição do sangue, causando danos nos pulmões, fígado, rins e outros órgãos vitais”, tal como explica Manuel Pinto Coelho no seu livro.

Segundo o médico, existem 35 metais com os quais se deve preocupar: o mercúrio (presente no atum, dourada, bacalhau, tubarão, peixe-espada, garoupa, enguia e peixe-gato), o arsénio (utilizado como conservante do couro e madeira), o chumbo (afeta os ossos, cérebro, sangue, rins e a glândula da tiroide), o antimónio, cádmio, bismuto, cobalto, crómio, cobre, ferro, ouro, gálio, manganésio, níquel, prata, platina, tálio, urânio, vanádio, zinco e alumínio.

“Pequenas quantidades destas substâncias químicas fazem parte do nosso ambiente e da nossa dieta”, afirma Manuel Pinto Coelho.

Estes metais podem entrar no organismo através da inalação do ar, ingestão da água e alimentos, pela pele e pelo manuseamento de metais pesados em ambientes industriais ou farmacêuticos.

Apesar de não terem um efeito imediato, ao fim de um tempo, os metais pesados provocam processos degenerativos musculares e neurológicos provocando doenças como Alzheimer, Parkinson, esclerose múltipla e distrofia muscular, “podendo ainda o seu uso continuado vir a causar alergias várias e mesmo cancro”.

Para desintoxicar o corpo deve adotar um estilo de vida que a proteja. O especialista sugere que evite ambientes poluídos, que “faça uma alimentação equilibrada, que inclua frutas e vegetais locais, frescos e, se possível, orgânicos, carnes frescas e honestas e peixes de água fria”, e ainda que “evite o uso do plástico no seu dia-a-dia”.