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Este é o limite que distingue consumo consciente de álcool da dependência

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Com a chegada dos jantares de amigos e família a propósito do Natal e do Ano Novo, o consumo de bebidas alcoólicas tende a disparar. E para que a ingestão não se torne problemática, a Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP) lançou, esta terça-feira, 7 de dezembro, um documento onde procura deixar claros os limites de um consumo exagerado, nefasto e, em casos gravosos, dependente.

Um explicador que aborda os quatro níveis de risco, de acordo com a Direção-Geral da Saúde, mas que procura sistematizar rumo a uma ingestão alcoólica mais consciente.

Antes de ver ao detalhe os níveis, o documento da OPP refere que, “para a maior parte dos adultos, o consumo moderado de álcool corresponde a não mais do que uma bebida, no caso das mulheres e das adultas e adultos mais velhos”.

Recorde-se que a ingestão depende de fatores como a idade, o bem-estar e, claro, as diversas graduações das bebidas consumidas, sendo umas mais fortes do que outras. “O consumo problemático de álcool produz consequências adversas recorrentes e significativas. Por exemplo, as pessoas com um padrão de consumo problemático podem incumprir as suas obrigações e responsabilidades familiares, laborais ou escolares. Podem envolver-se em problemas legais relacionados com o álcool (por exemplo, conduzir embriagada ou embriagado) ou em problemas interpessoais”, refere o documento.

A OPP lembra ainda que, quem tem “um problema de alcoolismo (…), quando começa a beber (seja que bebida alcoólica for ou em que quantidade) e não consegue parar”.

Veja os quatro níveis de risco de consumo de álcool definidos pela Direção-Geral de Saúde e que chegam especificados por género

Consumo de Baixo Risco. Ingestão pontual ou em ocasiões específicas (por exemplo, à refeição), que ocorre, no máximo, cinco dias por semana e se associa a uma baixa incidência de problemas de Saúde familiares, laborais e sociais. Corresponde a uma unidade diária de bebida padrão (10g) para as mulheres e duas unidades diárias de bebida padrão (20g) para os homens

Consumo de Risco. Consumo ocasional ou continuado que, se for mantido, apresenta risco de consequências negativas para a Saúde Física e Psicológica, apesar de não haver manifestações clínicas. Corresponde a duas a quatro unidades diária de bebida padrão (20g – 40g) para as mulheres e a quatro a seis unidades diárias de bebida padrão (40g – 60g) para os homens

Consumo Nocivo. Implica consequências negativas para a Saúde Física e Psicológica e/ou para a vida familiar, profissional ou social. Corresponde a mais de quatro unidades diárias de bebida padrão (>40g) para as mulheres e a mais de seis unidades diárias de bebida padrão (> 60g) para os homens

Dependência. Padrão de consumo nocivo acompanhado de um forte desejo de beber, necessidade de aumentar as quantidades de álcool ingeridas e uma dificuldade intensa em controlar este impulso. O consumo torna-se prioritário na vida da pessoa e estão presentes sintomas de privação quando se tenta reduzir ou cessar o consumo

Segundo a OPP, citando a Organização Mundial de Saúde, “Portugal é um dos países do mundo com maior índice de consumo de álcool por pessoa: dos portugueses que bebem, 16,9% fazem-no de forma excessiva e 2,1% apresentam dependência do álcool”.

Comportamentos que aceleraram em tempo de pandemia, com o estudo do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD) a revelar que “21% dos portugueses e das portuguesas aumentou o seu consumo de bebidas alcoólicas durante a pandemia”.

A mesma nota lembra que as causas para este tipo de dependência podem estar ligadas a fatores “genéticos, fisiológicos, psicológicos e sociais”, sendo importante acabar com mitos associados. Entre eles, refere o documento, “o álcool ajuda a relaxar, a dormir melhor ou mesmo a esquecer os problemas são alguns dos mitos que a OPP quer desmistificar”. “Outros mitos são que quem aguenta bem a bebida não precisa de se preocupar ou que beber com moderação é seguro para qualquer um”, acrescenta.