Congelar alimentos é uma prática comum em qualquer família. Quando todos se juntam à volta da mesa para comer é frequente, principalmente entre as famílias portuguesas, que a comida levada para o almoço ou jantar acabe por ser o dobro da que era necessária.
Para que nada se estrague, congelar costuma ser uma das soluções mais utilizadas. No entanto, os alimentos congelados também têm um prazo de validade, embora muitas pessoas o desconheçam.
O frio atrasa o desenvolvimento de agentes patogénicos nos alimentos, fazendo com que não se estraguem tão rapidamente, mas a potência do eletrodoméstico também é bastante importante e influencia o prazo de validade de cada alimento congelado. Segundo Miguel Ángel López, professor de Ciências e Tecnologia da Universidade de Ciências Gastronómicas do Basque Culinary Center, a potência do congelador deve “ser rápida e uniforme.
A maioria dos eletrodomésticos que se tem em casa são de três ou quatro estrelas, o que significa que, no caso de um congelador de três estrelas, é possível chegar aos 18 graus negativos, enquanto que com um congelador de quatro estrelas se atingem os -24 graus. Ambas são boas temperaturas para armazenar alimentos, de acordo com o professor.
O prazo de validade de cada alimento
O pão, bolos, carnes, peixes, sopas e purés são os alimentos com prazo de validade mais longo durante o período de congelamento, segundo o especialista, também responsável pela segurança alimentar do Basque Culinary Center. Quanto mais gorduroso for, menos durará. Mas nem tudo precisa de ser congelado (na galeria de imagens acima veja as dicas essenciais que tem de saber antes de congelar alimentos).
“Não compensa congelar alimentos que, depois, se vão consumir crus, como é o caso da alface, tomate, e da cebola. Também não se deve congelar arroz porque os grãos acabam por partir-se. A massa não deve ser porque fica com a textura alterada, as batatas ficam duras e os fritos nunca mais voltam a ficar crocantes”, avisa o professor de Ciências e Tecnologia.
As salsichas, nunca devem ser congeladas. “As salsichas, o chouriço ou o presunto não voltar a ter o mesmo sabor porque a gordura, uma vez descongelada, fica a saber a ranço”, afirmou Miguel Ángel López.
O peixe fresco tem mesmo de ser congelado para evitar doenças
Os vegetais, por sua vez, devem ser cortados e cozidos antes de serem colocados no congelador para evitar que sequem com o frio. Já o peixe fresco tem mesmo de ser congelado em casa para evitar que quem o consome seja contagiado por anisakis, um parasita presente em várias espécies que afeta o tubo digestivo.
“Não há outro remédio sem ser congelar. Tem de se submeter o peixe a pelo menos 20 graus negativos durante 24 horas ou a 18 graus negativos durante dois dias”, recomenda o especialista.
O ideal é que cada alimento não esteja congelado durante mais de seis meses “para evitar que se reproduzam bactérias”, alerta o chef Erwan Poudoulec, diretor técnico do Le Condon Bleu Madrid. Na hora de descongelar, só deve utilizar a ajuda do microondas se for cozinhar os alimentos logo de seguida.
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