Ler antes de ir para a cama, a hora certa de tomar a pílula, fazer desporto ou ir ao ginásio, os primeiros gestos matinais. Estas e tantas outras tarefas repetidas que causam habituação. E se os hábitos podem trazer benefícios ou malefícios, afinal como é que eles se formam e transformam em rotina?
Foi essa questão que serviu de mote para uma pesquisa do Instituto de Tecnologia da Califórnia, publicada na Proceedings of the National Academy of Sciences. Os responsáveis pelo estudo descobriram que, por norma, criar um hábito demora cerca de seis meses. No entanto, demora até algumas semanas para os profissionais de saúde adquirirem o costume de lavar múltiplas vezes as mãos num mesmo turno.
A equipa esclareceu, em comunicado, que não existe um número “mágico” para que se criem hábitos e que a velocidade de formação depende do comportamento em questão e de outros fatores.
Este foi o primeiro estudo que fez uso de ferramentas de aprendizagem para estudar a formação dos hábitos. Os pesquisadores utilizaram estas máquinas para analisar conjuntos de dados sobre dezenas de milhares de pessoas que passavam um cartão de presença para entrar no ginásio ou lavavam as mãos durante turnos no hospital.
No total, a pesquisa abrangeu mais de 30 mil utilizadores de ginásio e mais de três mil funcionários hospitalares em cerca de cem turnos.
Os intervenientes no estudo foram ainda analisados no seu ambiente natural. Fatores como o comportamento passado da pessoa tornaram-se relevantes para o estudo. Por exemplo, em cerca de 76% das pessoas que frequentavam o ginásio a quantidade de tempo entre cada visita foi um dos fatores chave para saber se voltaria.