A pressão do aumento dos preço está a obrigar a fazer ajustes sérios nas carteiras dos portugueses, neste Natal, que ainda assim deverá ficar marcado por um gasto superior face ao ano passado.
Segundo a análise Compras de Natal 2024 feita pelo IPAM – Marketing School of Business, do Porto, estima-se que os cidadãos ofereçam menos presentes mas que, ainda assim, levem a um incremento dos gastos na ordem dos 10% face a 2023, ficado agora nos 392 euros, em média.
Quase metade dos inquiridos (42,6%) quer reduzir custos totais nesta quadra e um terço (34,3%) reconhece que a lista de prendas deste ano será mais curta e com menos gente.
As crianças são, claro, a prioridade nesta época, com os brinquedos a liderarem a lista, seguida de roupa e calçado. “Para adolescentes, as escolhas recaem sobre roupa/sapatos (35%) e jogos eletrónicos (18%). Já para adultos, os destaques vão para roupa/sapatos (24%) e acessórios (20%)”, refere a nota envidada à comunicação social.
“Os resultados deste ano revelam como a conjuntura económica está a moldar os hábitos de consumo dos portugueses, mesmo numa época tão marcante como o Natal”, analisa a docente, coordenadora da licenciatura em Gestão de Marketing no IPAM Porto e responsável pelo estudo. Citada em comunicado, Mafalda Ferreira detalha que, “embora o valor médio gasto tenha aumentado 10% face a 2023, isso não reflete maior poder de compra, mas sim a pressão do aumento dos preços. O que é particularmente interessante é o modo como os consumidores estão a priorizar: focam-se em crianças e familiares diretos, enquanto ajustam as despesas para manter as tradições sem comprometer o orçamento”.
Sobre os hábitos alimentares, “57% planeia adquirir produtos específicos da época, com um gasto médio de 120 euros. Bacalhau, bolo-rei e outros doces tradicionais continuam a liderar a lista de compras, enquanto 6% dos inquiridos optam por refeições prontas para os dias festivos”, descreve ainda a mesma nota.