“Estou a pensar vender a autocaravana”, afirma Paula Neves

Paula Neves (1)
[Fotografia: Instagram]

Quando grande parte dos portugueses parece estar de planos feitos para passar férias numa autocaravana, a atriz Paula Neves, habituée da modalidade, está a pensar desistir.

Há cerca de dez anos que passa regularmente “quatro a cinco semanas de descanso” em modo caravanismo, mas as recentes regras mais apertadas e o reforço de multas – que têm vindo a ser impostas devido ao aumento de procura da modalidade e como consequência da covid-19 – está a empurrar o rosto da TVI, de 43 anos, para abandonar a autocaravana. Está, aliás, a viver transitoriamente nela há quase um mês e enquanto as obras da casa vêem os prazos de conclusão a serem dilatados.

“Sou altamente crítica em relação ao apertar das regras, leis e multas que estão a ser aplicadas aos caravanistas. Há muitas situações específicas, consoante o tipo de aparelho, capacidade e tamanho, mas sermos todos nivelados pela mesma barra está a ser muito intransigente e está a impor falta de liberdade. Pois, se ma tiram, então não quero mais. Estou a pensar vender a autocaravana”, releva Paula Neves ao Jornal de Notícias.

 

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Não gosto de sentir que se é parente pobre, criminoso quase, não gosto dessa sensação, da forma como a lei passou a olhar para o caravanismo, não consigo compreender”, lamenta. “O que nos move para autocaravana é, essencialmente, a localização geográfica e que nos permite ter a liberdade de andar de sítio para sítio, ter dias inteiros simples de comer e ler, acordar em frente à praia. Se há obrigatoriedade de pernoita em parque, então, não tenho interesse nisso.”

Paula Neves denuncia até um novo comportamento por parte destas estruturas. “Alguns parques de campismo triplicaram o valor da pernoita de uma autocaravana: O que pode ser variável entre 12 e 18 euros já atinge, em alguns locais, mínimos de pernoita a 30. Parece-me um forma de extorquir dinheiro muito baixinha, um aproveitamento da situação, nada disto me parece bonito, nada me parece lógico.

A atriz admite que a quantidade de gente que chegou, nem toda a cumprir as regras nem o civismo básico, pode empurrar a mudanças. Porém, a atriz não duvida que, a ser assim, então as imposições a definir teriam de ser de outra natureza. “Podem-se criar espaços onde as caravanas possam ficar distantes. A autocaravana gosta de ficar recolhida, mais atrás, mais alta, com poucos acessos. Dever-se-iam estabelecer zonas onde se pudesse pernoitar sem incomodar ninguém, nem interferir com a paisagem, criar zonas nos parques de estacionamento de acessos às praias, por exemplo”.