Um estudo revela que a exposição precoce de bebés a produtos de limpeza doméstica está associada aos problemas de asma e sibilância nas crianças até aos três anos.
A investigação foi publicada em fevereiro no jornal médico Canadian Medical Association Journal e intitula-se Association of use of cleaning products with respiratory health in a Canadian birth cohort (Associação do uso de produtos de limpeza com a saúde respiratória em nascimentos canadianos, em tradução literal).
Segundo consta no estudo, este concentrou-se na “exposição de recém-nascidos, que, por norma, passam 80% a 90% do tempo em ambientes fechados e que são particularmente vulneráveis – quer por via pulmonar ou epidérmica – à exposição química e contactam regularmente com as superfícies de casa”.
A análise foi feita através de questionários preenchidos pelos pais de 2022 crianças durante três ou quatro meses. As crianças avaliadas tinham três anos e os inquéritos procuraram perceber se os bebés tinham asma, sibilância recorrente ou alguma reação alérgica.
Os autores do estudo determinaram que a exposição precoce aos produtos de limpeza aumenta a possibilidade de a criança ter asma e sibilância, mas não reações alérgicas.
Os produtos de limpeza mais utilizados foram os sabonetes para mãos, detergente da louça, produtos de limpeza de superfícies múltiplas, produtos de limpeza de janelas e sabão em pó.
Os produtos de limpeza perfumados foram também associados a um maior risco de problemas respiratórios.
Os investigadores levantaram a hipótese de que os produtos químicos nos produtos de limpeza podem danificar a mucosa respiratória, desencadeando vias inflamatórias no sistema imunológico da criança, o que leva ao desenvolvimento da asma e sibilância.
Desta forma, a organização American Lung Association, que ajuda pessoas com doenças respiratórias a terem melhores condições de vida, recomenda que não sejam utilizados produtos de limpeza que contenham compostos orgânicos voláteis, perfumes e outros irritantes.
