Estudo diz que países liderados por mulheres reagiram melhor à Covid-19

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[Fotografia: Instagram]

Uma pesquisa feita pelo Center for Economic Policy Research e pelo World Economic Forums revela que os países liderados por mulheres tiveram resultados de Covid-19 “sistemática e significativamente melhores”, travando mais cedo e sofrendo metade das mortes, em média, do que aqueles liderados por homens.

O sucesso inicial relativo a líderes como Angela Merkel da Alemanha, Jacinda Ardern da Nova Zelândia, Mette Frederiksen da Dinamarca, Tsai Ing-wen de Taiwan e Sanna Marin da Finlândia, até agora, atraiu muitas manchetes, mas pouca atenção académica.

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Der er mennesker i Danmark, som står op hver morgen og går på arbejde med smerter. Som er nedslidte efter et langt og hårdt arbejdsliv. Det er ikke retfærdigt. I dag har vi gjort det, mange sagde ikke var muligt. Vi har præsenteret vores forslag om en ret til tidlig pension for dem, der har arbejdet længst tid på arbejdsmarkedet. Vi foreslår, at hvis du har arbejdet i 42, 43 eller 44 år, når du fylder 61, så får du ret til tidlig pension 1, 2 eller 3 år før folkepensionen. Det skal være en rettighed, der giver tryghed til dem, der har været længst tid på arbejdsmarkedet. Alle fortjener gode år på pension. Det, mener vi, er retfærdigt. Nu vil vi kæmpe for at få aftalen i hus. Det er Arnes tur. Men det er også vores andres tur til at være solidariske.

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A análise feita a 194 países sugere que a diferença é real e “pode ser explicada pelas respostas políticas proativas e coordenadas” adotadas por líderes femininas.

“Os resultados indicam claramente que as mulheres líderes reagiram mais rápida e decisivamente face a potenciais fatalidades“, disse Supriya Garikipati, economista da Universidade de Liverpool, coautora do estudo, ao The Guardian.

“Em quase todos os casos, elas travaram a pandemia mais cedo do que os líderes masculinos em circunstâncias semelhantes. Embora isso possa ter implicações económicas de longo prazo, certamente ajudou esses países a salvar vidas, conforme evidenciado pelo número significativamente menor de mortes nesses países”.

Os investigadores disseram que analisaram diferentes respostas políticas e o total subsequente de casos e mortes de Covid-19 até 19 de maio, introduzindo variáveis ​​para ajudar a analisar os dados e fazer comparações confiáveis ​​entre os países.

Entre os conjuntos de dados considerados estavam o PIB, população total, densidade populacional e proporção de residentes idosos, bem como gastos anuais com saúde per capita, abertura para viagens internacionais e nível de igualdade de género na sociedade em geral.

Como apenas 19 dos quase 200 países que são liderados por mulheres, os autores também criaram os chamados países “vizinhos mais próximos” para compensar o pequeno tamanho da amostra, juntando a Alemanha, Nova Zelândia e Bangladesh com a Grã-Bretanha, Irlanda e Paquistão liderados por homens.

“Esta análise confirma claramente que quando os países liderados por mulheres são comparados a países semelhantes numa série de características, elas tiveram um desempenho melhor, tendo menos casos e menos mortes”, revelou Supriya Garikipati.

A investigadora acrescentou que enquanto as líderes femininas “eram avessas ao risco em relação às vidas”, fechando os seus países significativamente mais cedo do que os líderes homens, isso também sugeria que elas estavam “mais dispostas a assumir riscos no domínio da economia”.

Quando comparados de acordo com o critério de “abertura para viajar”,​os países liderados por mulheres não tiveram casos de Covid-19 significativamente mais baixos, mas relataram menos mortes, o que pode sugerir “melhores políticas e conformidade”.

Supriya Garikipati afirma que a evidência de uma “diferença significativa e sistemática” mostrou que, mesmo levando em consideração o contexto institucional e outros controlos, “ser liderado por mulheres deu aos países uma vantagem na crise atual”.

Os investigadores disseram esperar que o estudo “sirva como um ponto de partida para iluminar a discussão sobre a influência dos líderes nacionais na explicação das diferenças nos resultados de Coronavírus dos países”.