EUA: Congressistas podem vir a ter formação anti-assédio

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A Câmara dos Representantes tem agendado para amanhã, 29 de novembro, a votação de uma resolução que impõe aos congressistas e aos seus assessores formação anual anti-assédio.

As suas principais promotoras são a republicana Barbara Comstock, da Virgínia, e a democrata Jackie Speier, da Califórnia.


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Esta já se queixou de ter sido atacada sexualmente por um chefe de gabinete quando era assessora na Câmara de Representantes, há algumas décadas. O Senado aprovou uma medida similar no início deste mês.

Com muitos congressistas, especialmente mulheres, a reivindicarem mais ações, a comissão de Administração da Câmara agendou uma audição na próxima semana para discutir o reforço do processamento pelo Congresso das alegações de assédio.

Os procedimentos do Congresso estiveram sob fortes ataques depois de, na semana passada, o sítio de notícias BuzzFeed revelar que o gabinete de Conyers pagou a uma mulher mais de 27 mil dólares (22,6 mil euros), no contexto de um acordo confidencial para resolver uma queixa, de 2015, quando ela foi despedida do seu ‘staff’ de Washington, por ter rejeitado os seus avanços sexuais. O pagamento foi feito com dinheiro dos contribuintes, não de Conyers.


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Este representante, de 88 anos, que é o que está há mais tempo na Câmara, abandonou o seu cargo de principal democrata na comissão de Justiça da Câmara e a comissão de Ética está a apreciar o seu cargo. Ele negou as alegações.

Senador Al Franken pede desculpa

O senador democrata pediu esta segunda-feira, 27 de novembro, desculpa a votantes, ajudantes e “todos os que contaram [com ele] para ser um campeão para as mulheres“, quando Al Franken, eleito pelo Estado do Minnesota, procura recuperar a imagem.

As afirmações de Al Franken foram feitas no seu primeiro aparecimento público no Capitólio desde que foi envolvido na onda de acusações de assédio sexual que envolve o Congresso norte-americano.

Senador Al Franken [Fotografia: Yuri Gripas/Reuters]
Franken falou quando os congressistas estão a regressar de um fim de semana prolongado, que viu os problemas com motivos sexuais a envolverem mais dois congressistas, o democrata John Conyers, do Michigan, e o republicano Joe Barton, do Texas.

Estas revelações acresceram às alegações que o republicano Roy Moore, candidato ao Senado pelo Estado do Alabama, atacou sexualmente uma adolescente, com 14 anos, e procurou relações românticas com outras menores, quando esteva nos seus 30 anos, há quatro décadas, o que ele tem negado.


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Com as acusações de assédio a derrubarem recentemente nomes importantes dos mundos do espetáculo e jornalismo, no Congresso têm-se acumulado queixas generalizadas sobre como este lida com o assunto.

CB com Lusa

Imagem de destaque: Shutterstock