A medida foi assinada na segunda-feira, 12 de junho, entra em vigor a 1 de janeiro do próximo ano e pode prever, entre outras sanções, a retirada de financiamento público a entidades que removam obras da literatura do seu espólio, impedindo todos de as lerem ou consultarem.
O governador J.B.Pritzker assinou um projeto de lei que interdita as bibliotecas de retirar e proibir livros. “A proibição de livros é sobre censura, marginalização de pessoas, marginalização de ideias e factos. Regimes proibiram livros, não democracias”, afirmou o político, citado pela CNN norte-americana, aquando da assinatura do projeto de lei numa biblioteca de Chicago.
“Recusamos deixar que uma tensão sulfúrica do nacionalismo branco que percorre nosso país determine que histórias podem ser contadas, não em Illinois”, acrescentou.
O clausulado prevê a adoção da Declaração de Direitos das Bibliotecas da Associação Americana de Bibliotecas lembra que os materiais de leitura “não devem ser proscritos ou removidos devido a desaprovação partidária ou doutrinária” ou “excluídos por causa da origem, pelo histórico ou por pontos de vista daqueles que contribuíram para sua criação”.
Pedidos estão a incidir especialmente sobre duas comunidades
De acordo com a associação (ALS, no acrónimo original), só no ano passado foram apresentados 1269 pedidos para censurar livros e fontes, o que configura o maior número desde que é feita a recolha de dados, há mais de 20 anos.
O comunicado emitido pela entidade, em março, assinalava quase uma duplicação de pedidos face a 2021. “Um recorde de 2.571 títulos únicos foram alvo de censura, um aumento de 38% em relação aos 1.858 títulos únicos alvo de censura em 2021. Desses títulos, a grande maioria foi escrita por ou sobre membros da comunidade LGBTQIA+ e pessoas de cor”, referia a mesa nota, que vincava que “58% dos pedidos visavam livros e materiais em bibliotecas escolares, bibliotecas de sala de aula ou currículos escolares, 41% para materiais direcionados para bibliotecas públicas”.