EUA importava leite materno do Cambodja por 6,5€ por dia. Prática foi proibida

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As mulheres lactantes do Cambodja estão proibidas de comercializar e exportar o leite materno. Em causa está o facto de ter sido descoberta uma empresa norte-americana que estava a comprar leite materno a mães que viviam na capital daquele país, Pnom Pen, por 7 dólares por dia (6,5 euros) e a vendê-lo. Cada dose de 150 mil estava a ser comercializada nos Estados Unidos da América por 20 dólares (18 euros).

A proibição foi definida pelo ministério da saúde que, na terça-feira, 28 de março, tomou “medidas imediatas para prevenir a compra e exportação de leite materno de mães do Cambodja”.

“Apesar do país ser pobre e onde a vida é difícil, não está ao nível de começar a ter de vender leite materno”, declarou o porta-voz do gabinete.

A revelação foi dada pela revista Vice, órgão de comunicação social que avançou que o laboratório norte-americano Ambrosia tinha 50 mulheres empregadas para o efeito e estavam a receber sete dólares por dia.

As clientes – afirmava a mesma publicação – eram mães americanas que não conseguiam ter o seu próprio leite materno em quantidades suficientes ou que queriam dar esse mesmo leite como suplemento. Um trabalho começado por um missionário Mormon, há cerca de dois anos.

A UNICEF já veio congratular a decisão governamental, considerando que o negócio com as lactantes era “explorador” e que o leite materno devia ficar no país de origem, uma vez que há muitas crianças a necessitar dele.

“No Cambodja, a amamentação exclusiva de bebés até aos seis meses desceu dos 75% em 2010 para 65% em 2014”, avançou Debora Comini, a representante do organismo naquele país, em comunicado.

Imagem de destaque: Shutterstcok