EUA: Mulher grávida baleada na barriga acusada de morte do feto

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[Fotografia: Shutterstock]

A gravidez desenvolvia-se há cinco meses quando Marshae Jones, norte-americana do estado do Alabama, foi baleada no estômago. Os tiros atingiram o feto, levando à morte ainda dentro do corpo da mãe, de 27 anos.

Uma reportagem da AL.com citada pelo jornal britânico The Guardian, revela que a mulher acaba de ser acusada pela justiça de homicídio, por ter sido responsável por ter perdido o filho, de cinco meses de gestação. Jones arrisca pena de prisão em Jefferson County.

A mulher que atirou sobre Marshae, Ebony Jemison, de 23 anos, está em liberdade. E se numa primeira fase, foi acusada de homicídio, mas a acusação foi depois retira após o grande juri não a ter indicado como autora do crime.

O episódio trágico remonta a dezembro e teve lugar em Pleasant Grove, perto de Birmingham. Seis meses depois surge a acusação de homicídio Isto depois de, rerefe a imprensa, Jones ter saído sob uma fiança de 50 mil dólares (44 mil euros).

O caso está a gerar enorme indignação desde quarta-feira, 26 de junho, data em que a acusação de homicídio foi deduzida à mulher que perdeu o seu filho fruto de um tiroteio.

O Alabama é um dos 38 estados que aprovou recentemente algumas das medidas mais restritivas ao aborto, falam em homicídio fetal e colocam o bebé não nascido como potencial vítima.

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Os movimentos que pugnam pela escolha livre das mulheres em matéria de gravidez reivindicam que este caso vem demonstrar, de forma evidente e chocante, que os diplomas restritivos já estão a ser usados contra mulheres grávidas.

“A investigação mostrou que a única vítima verdadeira era o feto”, afirmou, segundo noticia o AL.com, o tenente Danny Reid, da polícia de Pleasant Grove, à data do crime. O mesmo policia referiu, nesse momento, que “foi a mãe da criança que iniciou e continuou a luta que resultou na morte de seu bebé ainda não nascido”, justificando assim a acusação de homicídio.

CB

Imagem de destaque: DR

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