
As mulheres estão a tomar de assalto a Câmara dos Representantes. Até esta manhã de quarta-feira, 7 de novembro, os dados apontavam 98 candidatas com o lugar garantido na câmara baixa do Congresso norte-americano (eram 84 no atual executivo), numa corrida que está a bater todos os recordes: mais de 276 nomes femininos nos boletins de voto nas eleições intercalares deste ano. Números que, é importante ressalvar, ainda não estão integralmente fechados, mas que indicam já 84 nomes femininos democratas e 14 republicanos.
Entre histórias de superação, a casos de migração e fome, indígenas e promessas de que nunca escapariam a um ciclo de invisibilidade, estas mulheres, na sua maioria vindas da ala democrata, ganharam agora fôlego e fazem tremer uma realidade há muito instalada.
É o caso da refugiada somali Ilhan Ohmar do Minnesota, da muçulmana Rashida Tlaib pelo Michigan ou da latina do Bronx Alexandria Ocasio-Cortez, a mais nova mulher alguma vez eleita para o congresso. Da longa lista consta ainda a lusodescendente Lori Loureiro Trahan pelo Massachusetts. Estas são apenas quatro da quase uma centena de eleitas que chega ao congresso.
Embora a esperada onda azul – cor dos democratas – não tenha, segundo avançaram os analistas nos canais de notícias internacionais durante a madrugada, invadido como esperado a Câmara dos Representantes (embora tenham ganho) e o Senado (que se mantém nas mãos dos Republicanos), não há dúvida que se está perante uma outra, de cor rosa.
Indígenas passam a estar do lado da política
As candidatas democratas Deb Haaland, do Novo México, e Sharice Davids, do Kansas, são as primeiras mulheres indígenas na Câmara dos Representantes, quebrando uma barreira e fazendo parte, pela primeira vez de, uma em dez mil pessoas que se sentaram na câmara baixa do Congresso e 1300 no Senado.
Davis, conta a agência Lusa, é advogada e ex-lutadora de artes marciais, a primeira mulher indígena nos EUA a ser eleita para o Congresso, mas também a primeira lésbica. Já Haaland, que liderou o Partido Democrata do Novo México (2015-2017) e foi responsável pelo voto dos indígenas na campanha presidencial de Barack Obama em 2012, vai ocupar a vaga deixada pelo também democrata Michelle Lujan Grisham, que conquistou a eleição para o cargo de Governador do Novo México.
Nove mulheres governadoras, 12 novos assentos no Senado
Há nove mulheres eleitas para os cargos de governadoras, somando cinco novos assentos a juntar aos quatro existentes: as republicanas Kay Ivey (Alabama), Kim Reynolds (Iowa) e as democratas Gina Raimondo (Rhode Island) e Kate Brown (Oregon).
Já no Senado, as contas apontam para a chegada de 12 mulheres, com maior destaque para a ala democrata, que soma 10 candidatas femininas eleitas.
Imagem de destaque: Montagem/Facebook
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