O Senado norte-americano aprovou na quarta-feira, 18 de abril, novas regras que permitem que os seus membros tragam os filhos até ao primeiro ano de vida para a câmara alta, aquando das votações. Esta alteração surge uma semana depois de a militar e senadora Tammy Duckworth ter sido mãe pela segunda vez, mas agora mantendo as funções.
A necessidade impôs-se após a democrata do estado de Illianois ter demonstrado preocupação em termos de conciliação entre os seus deveres constitucionais e a nova vida familiar com a qual tinha de lidar. Entre as alegações, a veterana e senadora democrata lembrou que esta matéria “não é apenas um assunto de mulheres”. É mais amplo que isso: “Trata-se de uma matéria económica de senso comum”, advogou.
A resposta, como se pode perceber pelo período de tempo, não tardou a chegar, com os senadores a darem um sinal unânime e positivo em prol de definição de políticas que contemplassem a família.
Duckworth, com 50 anos, já veio agradecer este “milagre” que está a ter lugar num país em que as medidas da parentalidade e as licenças de gozo de maternidade estão ainda longe do que é comum assistirmos, por exemplo, em territórios europeus. Segundo o Family and Medical Leave Act, de 1993 (Lei da Família e da Licença, em tradução literal), os Estados Unidos preveem 12 semanas de trabalho não pagas – sem remuneração, portanto – para as mães de recém-nascidos ou para as que adotam, o que configura um dos mais baixos direitos dos países do mundo industrializado.
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“Gostaria de agradecer a todos os meus colegas de ambas visões políticas, em particular àqueles que lideram e coordenam os comités, por levarem o Senado a reconhecer, em pleno século XXI, que, por vezes, os recém-papás também têm responsabilidades laborais”, declarou publicamente a democrata, na sua conta de Twiter.
“Fico feliz por termos conseguido fazer essa alteração para atender às necessidades dos pais que exercem mandatos no Senado. Congratulo a senadora Duckworth e sua família e estou ansioso para conhecer a filha de ambos“, afirmou o presidente do Comité do Senado. Para Roy Blunt, se ser pai era um trabalho difícil, as regras desta instituição politica só deveriam facilitar a conciliação entre a paternidade e maternidade e o trabalho.
Tammy Duckworth era já uma das dez norte-americanas a ter dado à luz, mantendo aos mesmo tempo funções políticas. É, porém, a primeira mulher com assento no Senado a fazê-lo. E já por isso fez história. Em 2014, aquando do nascimento da primeira filha, Abigail, integrava a Câmara norte-americana de Representantes.
Imagem de destaque: Joshua Roberts/Reuters
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