Eugénio Campos, 30 anos de carreira comemorados em joias

A comemorar 30 anos de carreira, Eugénio Campos não podia estar mais contente. Acaba de mudar os escritórios para o renovado Candal Park, em Vila Nova de Gaia, onde além da parte administrativa da empresa tem a oficina de joalharia e os armazéns. O novo edifício há também espaço para uma pequena zona museológica, onde estão expostas as primeiras peças que Eugénio Campos vendeu.

Eu era um rapaz. Em 1987, os negócios eram muito diferentes. Eu levava as pratas de uso pessoal e as decorativas numa mala e ia bater à porta do revendedor”, relembra.

Filho de um casal ligado ao calçado, Eugénio Campos, de 51 anos, “rebelou-se” e foi vender joias. Percorreu o país de lés a lés, vendeu à consignação e cresceu quando começou a pedir aos fabricantes que colocassem detalhes específicos nas peças que venderia. Juntou vendedores à equipa ao mesmo tempo que foi fazendo esboços.

No início dos anos 90 era tudo diferente do que é hoje. Havia mais dinheiro a circular, menos bens de consumo onde o gastar e as joalharias eram uma forma de guardar as poupanças. Eugénio Campos relembra:

“As pessoas tinham uma espécie de conta corrente nas ourivesarias. Iam juntando ali as suas poupanças até terem o suficiente para levantar uma peça.”

A primeira coleção da Eugénio Campos está a fazer 30 anos. Ainda de lembra deste camafeus? #joias #jewels

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A procura do ouro era tanta que, refere Eugénio Campos, “havia um senhor que só me recebia às 7h00 da manhã. Se eu chegasse depois não me atendia, porque às 7h30 tinha da abrir a loja e já tinha fila à porta

Esses eram os tempos áureos das pratas decorativas e das baixelas em prata e Eugénio Campos chegou a ter uma unidade de produção só para o efeito. Essa linha viria a ser descontinuada em 2002, mas delas restam hoje algumas peças também expostas nas novas instalações do Candal.

Eugénio Campos hoje e no futuro

 

 

 

Como é que se define hoje a marca que o empresário criou em 1987 e que registou como Eugénio Campos Jewels em 2002? Exclusivamente como uma marca de joias de uso pessoal, com peças acessíveis à classe média em que o design de moda tem um papel fundamental na sua conceção e com peças de alta joalharia feitas à medida, como é o caso do colar vendido por 70 mil euros desenhado pelo empresário. Quer numas quer noutras, Eugénio Campos faz questão de ter uma palavra a dizer: “A marca não vende nada que não passe por mim.”

Nos negócios e nas estratégias da marca, Eugénio Campos tem também uma intervenção ativa. Depois de ter representado o país em diversas feiras internacionais de joalharia, diz hoje preferir identificar clientes potenciais e fazer apresentações mais personalizadas da marca. Mesmo assim, da faturação total da marca, 15% corresponde ao mercado externo e os países em que estas joias são vendidas são 17, entre os quais Estados Unidos da América e Angola.

É para comemorar estes 30 anos de existência que a marca lançou agora uma coleção especial (e que pode ver na galeria), em que o ouro é rei. Os anéis, as pulseiras, os colares e os brincos ostentam uma coroa – o símbolo utilizado pela marca – encimada por três brilhantes que representam as três décadas que a Eugénio Campos está a celebrar. Como todas as outras peças da marca, também estas são produzidas na oficina das novas instalações, em que a manualidade continua a ser um fator muito importante.

Ainda este ano Eugénio Campos conta apresentar na feira Porto Joia uma coleção de alta joalharia, em ouro e diamantes. E a curto prazo, o empresário pretende abrir duas lojas monomarca, na rua, como parte integrante de uma estratégia de consolidação do nome em Portugal.