Os homens ganham, em Portugal, mais 17,8% do que as mulheres, acima da disparidade salarial média na União Europeia (UE 16,3%), segundo dados de 2015, divulgados esta segunda-feira, 20 de novembro, pelo Eurostat.
A 2 de novembro, aquando do Dia da Igualdade, a Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE) lançava um estudo que dizia que a diferença salarial estava no mesmo ponto: elas ganhavam cerca de 83,3% da remuneração média mensal de base dos homens. Contas feitas, as mulheres auferiam, em média, €825,00, menos €165 que os homens.
Portuguesas ganham, em média, menos 165 euros por mês do que os homens, aponta relatório da CITE
A disparidade salarial é definida como a diferença entre os vencimentos anuais entre homens e mulheres. Porém, quando se tem em conta as três desvantagens que o sexo feminino tem que enfrentar – menor salário por hora, menos horas de trabalho em empregos pagos e taxas de emprego mais baixas – a disparidade de género chegava, em 2014, aos 26,1% em Portugal (UE 39,6%).
Também o Fórum Económico Mundial trouxe algumas más notícias para Portugal em matéria de disparidade económica global entre homens e mulheres. São necessários 217 anos para que a disparidade salarial tenha fim, quando, no ano passado, eram 170.
Recorde-se que esta previsão feita em 2016 já representa um retrocesso em relação aos 118 previstos em 2015. Fique a par destes dados aqui e percorra a galeria e fique a conhecer as 12 principais conclusões deste relatório de 2017.
UE define plano de ação para a Igualdade até 2019
No âmbito da promoção da igualdade de género, a Comissão Europeia anunciou um plano de ação para acabar com as disparidades salariais entre homens e mulheres, que deverá estar aplicado até ao final do mandato do colégio, em 2019.
O plano de ação prevê o respeito pelo princípio da igualdade salarial, avaliando a possibilidade de alterar a diretiva (lei europeia) sobre a igualdade de género.
Releia também o caso da RTP: uma empresa pública onde elas ganham menos 120 euros do que eles
Bruxelas quer ainda reduzir o efeito penalizante dos cuidados familiares, apelando ao Parlamento Europeu e aos Estados-membros que adotem rapidamente a proposta de diretiva relativa à conciliação entre a vida profissional e a vida familiar, de abril de 2017.
“As mulheres continuam a estar sub-representadas nos cargos de chefia, tanto na política como nas empresas“, disse a comissária Justiça, Consumidores e Igualdade de Género, Vera Jourová.
A comissária acrescentou que “as disparidades salariais entre homens e mulheres devem acabar porque a independência económica das mulheres é a sua melhor proteção contra a violência“.
CB com Lusa
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