Ex-madrinha da Raríssimas, Maria Cavaco Silva está “espantada e preocupada”

maria Cavaco Silva GI_LUISNEVES

A ex-primeira-dama Maria Cavaco Silva, que foi madrinha da Raríssimas e que acompanhou a Rainha Letizia numa visita à instituição, em 2014, disse estar “muito espantada e preocupada” com a situação que se vive na associação, destacando a importância da instituição e dos utentes.

“Estou muito espantada, estou muito preocupada. Espantada porque não esperava e preocupada porque não podemos prescindir dos serviços que a Raríssimas tenta prestar às pessoas. Todos sabemos que funciona bem, não podemos prescindir disso. Todos sabemos que não somos abonados para deitar fora uma coisa como a Raríssimas“, disse esta quinta-feira, 14 de dezembro.

Maria Cavaco Silva com Rainha Letizia de Espanha e a presidente da Raríssimas, Paula Brito e Costa, numa visita à Casa dos Marcos, que decorreu em 2014 [Fotografia: Mário Cruz/Lusa]
Em declarações aos jornalistas, na Amadora, antes da inauguração do presépio da Fundação AFID Diferença (Associação Nacional de Famílias para a Integração da Pessoa com Deficiência), Maria Cavaco Silva disse que desconhecia a situação denunciada por uma reportagem da TVI sobre a alegada gestão danosa da instituição.

“Sinto-me espantada. Estou triste e com medo. Eu sempre disse que apoiava as pessoas que estavam na instituição e, ao longo destes anos todos, sempre disse que as instituições ficam. Têm de ficar, esta é a mensagem que quero deixar“, disse.

De acordo com Maria Cavaco Silva, que foi madrinha da instituição durante os anos da presidência da República do seu marido, Aníbal Cavaco Silva, a Raríssimas deve continuar.

“A instituição faz muita falta. (…) Sou muito ligada às pessoas que lá estão. Aos utentes”, disse.

Uma reportagem emitida pela TVI denunciou o alegado uso, pela presidente, de dinheiro da associação de ajuda a pessoas com doenças raras Raríssimas para fins pessoais. A investigação mostra documentos que colocam em causa a gestão da instituição de solidariedade social, nomeadamente da sua presidente, Paula Brito e Costa, que alegadamente terá usado o dinheiro em compra de vestidos e vários gastos pessoais.

Na reportagem era também adiantado que o secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, foi contratado entre 2013 e 2014 pela associação “Raríssimas”, com um vencimento de três mil euros por mês, tendo recebido um total de 63 mil euros.


Conheça em detalhe todo o escândalo


Esta quinta-feira, os trabalhadores da “Raríssimas” avisaram que a associação está em risco de fechar por falta de acesso às contas bancárias e apelaram ao primeiro-ministro para que envie uma direção idónea para permitir o funcionamento. Na quarta-feira, elementos da Inspeção-geral do Ministério do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social estiveram na associação para dar início à inspeção na instituição.

Paula Brito e Costa e Manuel Delgado anunciaram na terça-feira que se demitiam dos respetivos cargos. A presidente alegou que estava a ser alvo de uma “cabala”.

CB com Lusa

Imagem de destaque: Luís Manuel Neves/Global Imagens

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