A dor sentida durante o parto faz com que muitas mulheres encarem esse momento com receio. Atualmente já existem vários analgésicos administrados por via endovenosa, intramuscular, subcutânea e peridural, no caso da epidural, que vêm diminuir bastante o sofrimento. Ainda assim, segundo a Associação Internacional para o Estudo da Dor, mais de 95% das mães relatam dor. Recentemente surgiu um novo método. Chama-se protóxido de azoto inalado/misturas de oxigénio, um gás utilizado na fase inicial do trabalho de parto.
“A administração desta mistura gasosa é um método eficaz para as mães que desejam manter o controlo durante o trabalho de parto e, tanto quanto possível, manter a experiência de parto natural e com uma técnica não invasiva. O facto de ser autoadministrado oferece uma sensação de controlo e poder à mulher num dos momentos mais importantes da sua vida”, explica ao Delas.pt Fernando Manso, coordenador de anestesia da área obstétrica do Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca, na Amadora (na galeria de imagens acima pode ver as vantagens da administração de protóxido de azoto).
Numa escala de 0 a 10, com o protóxido de azoto a dor durante o parto diminui para 3-4. De acordo com a American Pregnancy Association, a anestesia epidural é o método mais conhecido e requisitado pelas futuras mães. No entanto, este método nem sempre é o mais recomendado. Se a grávida não puder recorrer à epidural, por recusa ou devido a alguma patologia, esta opção inalatória é a alternativa ideal. Só há um pequeno problema: ainda não está disponível em todas as maternidades.
“Quer pela sua facilidade de utilização, quer por razões económicas, será uma questão de tempo. A eficácia deste método está próxima dos 100%, mas a sua utilização obriga a ter alguns requisitos de ventilação no local, experiência e treino prévio. Na ausência de eficácia da epidural, a utilização da analgesia inalatória poderá ser uma boa alternativa”, acrescenta o médico.