Exposição de Keith Haring junta arte e moda em Cascais

Cascais acolhe, a partir do próximo mês de setembro, uma exposição de Keith Haring (1958-1990). A mostra individual da obra do artista, que cruzou influências da pop art e do grafitti, acontece 15 anos depois da última vez que o seu trabalho esteve exposto em Portugal.

Esta nova exposição, intitulada ‘Keith Haring. Entre a arte, o ativismo e a moda’, terá lugar no CascaiShopping de 10 de setembro a 10 de novembro e será composta por 17 obras originais, que refletem a marca que deixou, sobretudo na Nova Iorque dos anos 80/90, mas não só. Haring abordou problemáticas que marcaram a atualidade dessa altura e que tiveram impacto mundial. A SIDA, a toxicodependência, a violência ou a ditadura sul-africana do Apartheid foram alguns dos temas tratados pelo artista, que, a par das luminosas faixas em Times Square, dos cenários para teatro, das campanhas publicitárias e do desenvolvimento de produtos, executou diversas obras públicas, de que são exemplo os murais pintados, em vários países, muitas vezes com mensagens sociais associadas.

Na exposição de Cascais será possível apreciar alguns dos seus trabalhos mais icónicos, que atravessam, precisamente, a arte e o ativismo, mas também a moda, outra das vertentes a que se dedicou. Haring colaborou com ícones como Grace Jones e designers como Vivienne Westwood e o seu legado serviu de inspiração, com os seus padrões a serem imortalizados em coleções de marcas como a Coach, DKNY, Lacoste, Nike, Reebok, Stradivarius, Swarovski, Tommy Hilfiger e Zara, entre outras. Para celebrar esta relação com a moda, o estilista Dino Alves foi convidado para ser o embaixador da exposição e irá criar uma peça inspirada na arte do artista.

 

Imagens de coleções inspiradas na obra de Keith Haring [DR]

Estarão ainda expostas criações de estilistas inspiradas no trabalho de Keith Haring, bem como a réplica do emblemático casaco usado por Madonna no aniversário do artista, na Paradise Garage, a 16 de maio de 1984, onde cantou ‘Dress you up’.

Além disso, o arranque da exposição também irá assinalar o cruzamento da arte e da moda na obra de Haring, com um momento performativo inédito. Será realizado, no dia 10 de setembro, um live body painting com a modelo Sharam Diniz, numa homenagem à performance que Keith Haring realizou com Grace Jones em Nova Iorque, em 1987. A performance será acompanhada por um bailarino, igualmente coberto em padrões inspirados na arte de Keith Haring.

 

Body painting a partir da performance de Keith Haring com Grace Jones [DR]
Já a influência do grafitti será exibida naquele que é o seu habitat natural, a rua – e, tal como defendia o artista, naquele que é o lugar onde a arte deve estar, junto das pessoas.

Os comboios que circulam entre Cascais e Lisboa e a estação de Cascais vão transformar-se numa galeria de arte. O artista Akacorleone (Pedro Campiche) foi convidado para metamorfosear o exterior e interior de uma carruagem de comboio com padrões inspirados na arte de Haring, mas com um design original. No dia 3 de setembro, no CascaiShopping, Akacorleone irá pintar ao vivo a réplica de uma carruagem. Os visitantes poderão ver o artista a trabalhar e observar a sua técnica e processo criativo. Depois, a obra irá andar, literalmente, na linha de Cascais, transformando uma simples viagem de comboio numa experiência imersiva à obra de Haring. Além da carruagem de comboio, toda a estação de Cascais será decorada com imagens alusivas à obra de Keith Haring.

 

Andy Warhol: Das meias às mochilas, o génio da pop art continua a inspirar