Faça da higiene o refrão dos seus festivais

As casas de banho sujas? Os duches alagados? As garrafas e os copos de plástico amontoados pelo chão? Quem nunca reparou neste tipo de problemas num festival de verão é porque nunca esteve muito atento. Ou muito sóbrio…

Mas, então, também é preciso perguntar como cada um deixou a casa de banho depois de se ter servido dela, quantos metros deixou de percorrer para pôr uma garrafinha vazia no lixo ou quantos minutos a mais esteve debaixo de água – mesmo sendo fria.

As regras de higiene mais simples são também as mais eficazes para que um festival corra bem quer para cada um, quer para o grupo. Um conjunto de práticas que começa num plano individual e que chega a um plano mais abrangente e estrutural, assegurado pelas organizações promotoras dos eventos. Mas não só, tudo é verificado e tem de passar pelo crivo de várias autoridades nacionais.

“Nas vésperas e durante os festivais, as autoridades de Saúde Pública, a Proteção Civil, os Bombeiros e a GNR fazem vistorias conjuntas que passam por visitar os espaços de restauração, tasquinhas, refeitórios, segurança mas também casas de banho e condições de higiene sanitárias”, começa por explicar Fernanda Santos, diretora da Autoridade de Saúde Pública do Litoral Alentejano ao Delas.pt.
Aquela responsável, a par do fundador e presidente da Associação Portuguesa de festivais de Música (Aporfest), Ricardo Bramão, traçaram 12 medidas simples – e que pode conhecer na galeria acima – e explicaram o processo que antecede e vigora durante um certame desta natureza. Passos que têm por objetivo garantir que tudo corre pelo melhor.

“Portugueses são dos públicos mais cuidadosos”

A frase é de Ricardo Bramão, que considera que o público nacional até nem é dos mais incumpridores em matéria de regras de higiene, quando comparados com outros em festivais internacionais e que conhece. “Os portugueses são dos púbicos mais cuidadosos, estamos muito mais educados neste aspeto”, avalia.

Por isso, “todos os cuidados que aprendemos desde pequenos são os mesmos que devem ser aplicados em circunstâncias como estas: se estou fora de casa vários dias, tenho de ter muito mais cuidado com banhos e com a alimentação, com o contacto com outras pessoas, o que passa pelo comportamento”, alerta.

O presidente e fundador da Aporfest faz questão de ressalvar que “há cuidados que podem fazer todo o sentido em festivais com campismo, mas se calhar não fazem sentido em festivais urbanos. Portanto, é preciso relativizar”.

No entanto, vinca que “quantos mais dias passam, maiores são as probabilidades de existir algum problema” em certames desta dimensão.

Formação e verificação: as diferenças entre um festival urbano e campestre

Na véspera de o Festival de Música do Mundo de Sines arrancar, começa sexta-feira, 21 de julho, há muito que Fernanda Santos está no terreno a preparar e a formar equipas, mas também a verificar se estão garantidas todas as condições de higiene e sanitárias. Cabe-lhe a ela também tutelar as infraestruturas de um festival de natureza tão diversa como o Meo Sudoeste, que implica viver integralmente em acampamento.

Medidas de prevenção que começam muitas antes da abertura das portas dos recintos. “Fazemos vistorias quer para Sines, quer para todos os festivais que decorrem no Litoral Alentejano”, antecipa Fernanda Santos, para depois explicar que as verificações vão desde a “casas de banho, a refeitórios, a tasquinhas”. Ou seja, prossegue: “verificamos as condições higiene sanitárias“.


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Também na restauração, há regras apertadas. “A cerca de 15 dias de cada festival, damos formação aos manuseadores de alimentos, que, no caso de Sines, assinam um protocolo com a câmara em como se comprometem a cumprir as regras de higiene alimentar e segurança requeridas”, explica Fernanda Santos.

Em matéria de saúde, a responsável revela que as opções para Sines são diferentes das da Zambujeira do Mar, embora todas estejam devidamente integradas com as autoridades de saúde de emergência locais e regionais. Enquanto, no caso do MEO Sudoeste, a diretora conta que há serviços médicos de base que o próprio promotor do evento tem de assegurar.

Imagem de destaque: Shutterstock