Fama Show: “Diziam que não durávamos seis meses. Estamos aqui há dez anos”

Em fevereiro de 2008 nascia, na SIC, o magazine semanal Fama Show. E, com ele, nasciam também duas polémicas: a de que “cinco miúdas giras” não iriam durar mais do que “seis meses” num programa de televisão e a de que, tratando-se de mulheres, jamais se entenderiam. Estas eram as premissas que, quando o formato estreou, foram amplamente comentadas por todos e encheram páginas e páginas de publicações.

Polémicas que ganhavam novo fôlego cada vez que uma ou outra apresentadora saía do elenco para dar lugar a outra. E foram bastantes! Na galeria acima pode recordar os diversos elencos que conduziram o programa.

Cláudia Borges, atualmente com 35 anos, é uma das apresentadoras do formato das tardes de domingo e a única que está no Fama Show desde a fundação, há precisamente dez anos. É ela que, hoje, recorda momentos bons, mas também todos aqueles preconceitos com os quais ela e todas tiveram de lidar.

Cláudia Borges [Fotografia: Divulgação/SIC]

“No início, a questão de se tratar de mulheres bonitas era um grande problema“, começa por explicar o rosto da SIC. “Havia, na sociedade, algum preconceito em relação a isso, e dificilmente acabará. Diziam que o Fama era composto por cinco miúdas giras e que, por isso, não íamos durar seis meses. Estamos aqui há dez anos e continuamos, em equipa, a trabalhar muito. Hoje em dia, deixou de ser um choque, e, afinal, as mulheres bonitas têm dois dedos de testa“, desabafa.

Mas este não era o único problema. Afinal, o preconceito também diz que não dá para trabalhar em equipas femininas. Cláudia Borges responde com a experiência de uma década: “Obviamente, temos vidas super-atarefadas e não podemos ir jantar com regularidade a casa umas das outras, mas continuamos amigas. Aliás, nem há necessidade de justificar isso… mas esse assunto nunca vai acabar porque, sempre que entrava uma apresentadora nova e saía outra, a razão era porque as apresentadoras não se davam bem, por serem mulheres. Era sempre esse o tema”, afirma.

Se o Fama Show ajudou a acabar ou não com os preconceitos, Borges é cautelosa. Diz apenas que deixou de prestar atenção a esses assuntos e que a prova é que o quinteto feminino está a “preparar um programa especial” para 25 de fevereiro e todas – garante Cláudia – “tiveram participação ativa nesta emissão”.

Quinteto em mudança

Atualmente, o Fama Show conta com rostos como o de Cláudia, o de Iva Lamarão, o de Carolina Patrocínio e, mais recentemente, Carolina Loureiro e Catarina Sikiniotis. Esta é, com 22 anos, a mais nova contratação para a equipa. “Este ano e meio tem superado as minhas expetativas”, começa por explicar esta mestranda em direito empresarial da Universidade Católica. ” Quando entrei não conhecia a equipa, estava curiosa e havia sempre aquele pensamento de como seria, mas hoje, ao fim deste tempo, sinto-me perfeitamente integrada na equipa, foi processo de adaptação bastante rápido“, revela.

 

Catarina Sikiniotis, a mais recente entrada no quinteto de ‘Fama Show’, da SIC. De ascendência grega, foi escolhida por casting [Fotografia: Divulgação]

O magazine começou originalmente com Orsi Féher, irmã do malogrado jogador Miklos Féher, Rita Andrade, Vanessa Oliveira – hoje na RTP1 -, Liliana Campos – na SIC Caras – e a própria Cláudia. Entretanto, chegaram, e ficaram, ou já saíram, apresentadoras como Luísa Barbosa, Laura Figueiredo e Andreia Rodrigues.

Dez anos: que novas reivindicações?

Do elenco original, só Cláudia Borges se mantém. Liliana Campos foi para a SIC Caras, Vanessa Oliveira saiu da estação de Carnaxide e transitou para a Marechal Gomes da Costa, a RTP, Orsi Féher mudou-se para Espanha e Rita Andrade abraçou projetos de natureza pessoal.

Hoje, dez anos depois, Cláudia Borges não nega que até gostaria de “ter outras oportunidades”, mas deixa bem claro que “é feliz” no que faz. “Temos de lutar pelos nossos direitos e ser muito agradecidas pelo que temos, e se somos felizes por isso, então é uma benção!”, refere.

Para já, e ao que o Delas.pt pôde apurar, o formato não deverá conhecer alterações. Certo é que a estrutura ganhará um site informativo associado ao conteúdo televisivo e no qual cada rosto do magazine terá o seu próprio espaço, onde mostrará momentos de bastidores e outros que considerem relevantes. “No fundo, vai ser uma extensão das nossas redes sociais, uma plataforma onde podemos mostrar o que tanto acontece durante o trabalho e não chega ao ecrã. Não faltará material”, sorri Cláudia Borges.

Catarina Sikiniotis não podia concordar mais. “Vou mostrar um pouco do meu dia-a-dia, um pouco do que já publico nas redes sociais, ser o mais transparente possível, com o objetivo de as pessoas me conhecerem melhor, com o propósito de os espetadores se identificarem mais com o formato televisivo. Será sempre uma perspetiva mais pessoal e individualista”, antecipa a caçula do quinteto.

A apresentação deste projeto será feito esta quarta-feira, 21 de fevereiro, ao final da tarde, na zona de Lisboa.

 

Imagem de destaque: Divulgação/SIC

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